Presidenciável Ciro GomesJosé Cruz/Agência Brasil
"Não acho que Bolsonaro seja mau, que o Lula seja mau, e eu sou bom. O problema é que o erro estratégico é administrar um país desses da mão pra boca. E aí deixa coisas paradas pelo caminho", disse Ciro. Ele participou nesta quarta-feira, 27, da 23ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, organizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
Ciro também criticou a "falta de modelos" para administração do País. "O Brasil não tem modelo para nada. ninguém sabe o que fazer em tecnologia, em infraestrutura, é um caos completo", afirmou. Ele citou como exemplo o programa Mais Médicos do governo Dilma, que trouxe profissionais de saúde cubanos para atender regiões do País que tinham déficit de profissionais da saúde.
"O Brasil, em vez de investir na formação do capital humano e mexer nas residências, resolveu atalhar o caminho e importar médico de Cuba. O Brasil precisa importar um quadro profissional de um país menor que o Rio Grande do Sul e mais pobre que o nosso?", questionou.
O presidenciável ainda criticou o baixo nível de investimento do governo brasileiro. Ele lembrou que o País tem um dos maiores orçamentos do mundo, de R$ 4 trilhões previstos para esse ano, mas só R$ 44 bilhões devem ficar livres para aplicação em áreas como infraestrutura, saúde e educação. Para resolver parte do problema, Ciro propõe cortar 20% das renúncias fiscais feitas atualmente.
"O Brasil dispensa R$ 350 bilhões em arrecadação por ano. Só nisso (corte em renúncias), sobra R$ 70 bilhões para investimentos por ano", disse.
Ciro afirmou que vai rever a dívida de estados e municípios com a União caso seja eleito. De acordo com o pedetista, juntos, os entes federados possuem débitos com o governo que somam R$ 600 bilhões, apenas 10% do total da dívida pública brasileira. A revisão do montante poderia aumentar a margem dos municípios e estados para investimentos, acredita Ciro.
"Eu proponho um pacto federativo reconstituído. Primeiro passo: a dívida consolidada dos municípios e dos estados é de R$ 600 bilhões, isso é menos de 10% da dívida brasileira. Não há nenhuma razão para o Estado não fazer uma grande consolidação desse passivo e restaurar a capacidade de investimento dos estados e, avassaladoramente, tirar a burocracia dos municípios naqueles acessos a recursos multilaterais", disse.
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