Jornal Nacional fez um minuto de silêncio em homenagem a André Luiz Warwar nesta quarta-feira.Reprodução

Boituva - Uma das vítimas do acidente com uma aeronave que matou duas pessoas, em Boituva, nesta quarta-feira, era André Luiz Warwar, de 53 anos, funcionário de tecnologia da TV Globo, cineasta e paraquedista experiente. Ele e Wilson José Romão Júnior, de 38, não resistiram a queda de um avião que levava 16 pessoas para saltar no Centro Nacional de Paraquedismo, no interior de São Paulo. Segundo a prefeitura da cidade, 12 pessoas foram socorridas para hospitais da região, mas a dupla não resistiu.

Na noite desta quarta, o Jornal Nacional fez um minuto de silêncio em homenagem a Warwar. O local do acidente promove cerca de 20 mil saltos por mês e 120 por dia, segundo a prefeitura de Boituva.

Após a decolagem a aeronave passou por uma pane elétrica e precisou fazer um pouso de emergência. O avião, segundo relatos, tocou três vezes o solo antes de virar. Em entrevista à TV Globo, um dos sobreviventes contou como o acidente aconteceu.

"Entramos no avião, procedimento de decolagem padrão. Aí, a novecentos e poucos pés de altitude (cerca de 275 metros), o alarme de emergência do avião começou a soar e o piloto então nos informou que era uma situação crítica, que era para todo mundo ficar em situação de emergência", disse o paraquedista Rafael Gonzales Alves.

Segundo ele, a aeronave perdeu a potência e o piloto começou a descer planando, depois, procurou um local seguro para fazer o pouso. No entanto, o avião teve um problema com o trem de pouso no momento da aterrisagem.

"O primeiro toque ao solo foi um pouco mais forte. Por causa da desaceleração, a gente sentiu. O segundo foi mais tranquilo, tanto que a gente comemorou na aeronave: 'Deu bom, vai ficar tudo bem'. Só que no terceiro toque tinha uma estrada vicinal e um talude, um barranco. Então, a roda do trem de pouso bateu nesse talude e fez uma alavanca com a aeronave", conta Rafael.

A Prefeitura de Boituva disse que logo após o acidente, viaturas da Guarda Civil Municipal (GCM), a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e dois helicópteros águia prestaram socorro no local. Após a queda, a Força Aérea Brasileira (FAB) foi acionada e a aeronave passará por uma análise feita pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).

A Prefeitura de Boituva emitiu um comunicado lamentando o ocorrido e alegou que já fez reuniões para discutir questões de segurança no CNP.
Veja a nota oficial da Prefeitura de Boituva na íntegra:
A Prefeitura de Boituva lamenta o pouso forçado com a aeronave (prefixo PT - OQR), com 16 pessoas a bordo (piloto e mais 15 passageiros), no início da tarde desta quarta-feira, 11 de maio, na estrada Alfredo Boratini, em Boituva - SP. Duas pessoas que estavam na aeronave faleceram.

O avião pertence a empresa de Serviço Aéreo Especializado "Skydive4Fun", instalada no Centro Nacional de Paraquedismo (CNP), com sede no município de Boituva, de onde o avião decolou para atividades de salto de paraquedismo.

Viaturas daGuarda Civil Municipal (GCM), da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e dois helicópteros Águia prestaram os primeiros socorros no local do acidente.

A vice-prefeita de Boituva e atual secretária de Saúde, Dra. Ana Paula Moura, que é médica e o diretor de secretaria da prefeitura, Francisco Martins estiveram no local do acidente acompanhando o socorro das vítimas, bem como prestando todo suporte da administração municipal.

O prefeito Edson Marcusso lamentou. "Em 50 anos de história do paraquedismo em Boituva é o primeiro acidente (pouso forçado) com uma aeronave do CNP. Um dia muito triste para nossa cidade, considerada Capital Nacional do Paraquedismo e do Balonismo Turístico. Deixo meu profundo sentimento de pesar aos familiares dos dois passageiros", comentou.

NÚMERO DE DECOLAGENS DIÁRIAS

O Centro Nacional de Paraquedismo (CNP) de Boituva registra uma média de 120 decolagens diárias para fins de salto de paraquedismo.

REUNIÕES DISCUTIRAM MEDIDAS

Duas reuniões foram realizadas na Prefeitura de Boituva nos últimos dias 5 e 9 de maio, visando a discussão sobre o protocolo de atendimento de segurança, adoção de procedimentos e melhorias na gestão, estrutura e operação das atividades no Centro Nacional de Paraquedismo (CNP), com medidas jurídicas e institucionais para a ampliação do atendimento de emergências.

Os encontros debateram ainda a criação de um termo de cooperação das atividades para regulação dos serviços dentro do CNP, visando proporcionar mais facilidade na fiscalização do local.