Presidente do TSE, o ministro Luiz Edson Fachin rebateu as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a possível vulnerabilidade das urnas eletrônicas Nelson Jr. / SCO / STF

Brasília - Em meio à nova ofensiva do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), contra a credibilidade do sistema eletrônico de votação, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, participou nesta quinta-feira de um Teste Público de Segurança (TPS) das urnas e reiterou país terá eleições limpas em outubro. Durante a simulação foram avaliadas soluções aplicadas ao sistema eletrônico de votos.

"O país e a sociedade agradecem. Vamos ter dia 2 de outubro, o Brasil terá eleições limpas, seguras, com paz e segurança. Ninguém e nada interferirá na Justiça Eleitoral. Não admitirmos qualquer circunstância que impeça o brasileiro de se manifestar", disse Fachin.

Em busca da reeleição, Bolsonaro, que aparece atrás do pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, em todas as pesquisas de intenções de voto, seja no primeiro ou no segundo turno, abandonou a trégua com o TSE e voltou a questionar, com o apoio de parte das Forças Armadas, a vulnerabilidade das urnas eletrônicas.
A nova onda de ataques, no entanto, não ecoou na Câmara dos Deputados, mesmo com Centrão alinhado com o chefe do Executivo, e também não prosperou no Senado. A hipótese de auditoria privada do processo eleitoral é inviável, avaliam os ministros do TSE.
"Quem vai ganhar as eleições é a democracia. Nós vamos diplomar os eleitos e isso certamente acontecerá. Há muito barulho mas esse tribunal opera com racionalidade técnica", argumentou. "Quem investe contra o processo eleitoral investe contra a democracia. É um fato e fato fala por si só. Não se trata de recado, é uma constatação. Temos respeito a todo chefe de estado e jamais nos furtaremos a diálogo. Não há afirmação do que desborde da legalidade constitucional", acrescentou.

Testes
Realizado pelo TSE desde 2009, o TPS será realizado até sexta-feira. Na sexta edição do teste, ocorrido de 22 a 27 de novembro de 2021, dos 29 planos de ataques aos componentes da urna eletrônica, somente cinco registraram achados, cujas soluções estão sendo submetidas a exame no teste de confirmação.