Covid-19 Reprodução
Covid: média móvel de casos dobra em duas semanas e volta ao nível de final de março
Número ainda está distante do que foi visto no pico da Ômicron. Porém, o cenário de alta pode estar subnotificado por causa de autotestes e problemas com a divulgação de dados pelos Estados
São paulo - A média móvel de novos casos de covid-19 no Brasil aumentou 100,3% em duas semanas, conforme dados do consórcio de veículos de imprensa. O número que era de 14.644, no dia 22 de maio, passou para 29.342 no domingo, 6, após oito dias de alta. Com isso, a média voltou aos níveis do final de março deste ano.
O número ainda está distante do que foi visto no pico da Ômicron. Porém, o cenário de alta pode estar subnotificado por causa de autotestes e problemas com a divulgação de dados pelos Estados.
Frente ao aumento de infecções, cidades voltam a recomendar uso de máscara e escolas adotarem ensino remoto. O recrudescimento se dá em um momento de estagnação da vacinação contra o vírus, conforme mostrou o Estadão.
Essa média, que exclui distorções do final de semana, caiu acentuadamente entre fevereiro, quando ultrapassava a casa dos 100 mil, e a primeira quinzena de abril. Até o final de maio, o número ficou relativamente estável, abaixo dos 20 mil. Porém, a partir do dia 26 do mês passado, recrudesceu por oito dias seguidos. Atingindo 32.983 em 2 de junho.
O boletim Boletim InfoGripe Fiocruz, mostrou que a covid-19 responde por 59,6% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) com identificação viral nas últimas quatro semanas (de 1 a 28 de maio). Entre 20 de março e 16 de abril, período com o menor porcentual, a covid correspondia a 34,1%.
Em São Paulo, a variação de duas semanas foi de 45,6%. No domingo, a média móvel de infecções foi de 3.591, após 11 dias de crescimento. O número chegou a ser de 5.799 em 2 junho.
Em um período de um mês, o número de internados por covid-19 subiu até 275% em hospitais privados de São Paulo, mas está longe do que foi visto no pico da Ômicron. Com o avanço da vacinação, especialistas dizem que há risco bem menor de saltar a quantidade de pacientes graves.
Porém, diante do avanço da transmissão, o Comitê Científico do governo estadual recomendou a volta do uso de máscaras em ambientes fechados. A proteção, porém, será exigida por lei só em unidades de saúde e no transporte público.
A alta também preocupa nas escolas paulistas. Algumas chegaram a suspender aulas de turmas com registros de contaminação e a recorrer outra vez ao ensino remoto como alternativa. Isso ocorre tanto em colégios particulares, que têm regras distintas, quanto em escolas da rede municipal, que seguem protocolo da Prefeitura, que voltou a recomendar o uso de máscara em ambientes de ensino.
Santa Catarina viu, em duas semanas, um aumento de 95,6% na média. No domingo, o número chegou a 1.810. O recrudescimento começou no dia 20 de maio, quando as novas infecções diárias eram de 750.
Com a superlotação da rede hospitalar, o governo catarinense decretou situação de emergência pelo prazo de 90 dias na sexta-feira, 3. A sobrecarga deve-se, principalmente, pela escalada de doenças infecciosas e respiratórias, além de casos de dengue.
No Distrito Federal, o aumento foi de 383,7% em duas semanas. O recrudescimento começou na segunda quinzena de maio. Para se ter uma ideia, a média que era de 185 no dia 14 de maio, foi de 1 756 no domingo. No Rio, o crescimento foi de 283,9%.
Em alguns Estados, a média cresceu mais do que 100% em duas semanas. Alagoas apresentou aumento de 132,1%. No Ceará, o crescimento foi de 147,9%. Mato Grosso viu recrudescimento de 167,7%.
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