Homem não identificado pediu para que o público vaiasse a duplaReprodução

Uma apresentação dos palhaços Patati e Patatá numa escola de Guarantã do Norte, no Mato Grosso, gerou polêmica envolvendo a prefeitura da cidade e os artistas. No último sábado, 4, a dupla foi contratada pela gestão pública da região em comemoração aos 41 anos da cidade. Entretanto, os animadores dizem que não estava prevista a apresentação musical para crianças e sim a entrega de material didático. Eles acabaram subindo ao palco para o show e foram pegos de surpresa após serem vaiados pelo público.
Após anúncio do espetáculo feito pela prefeitura, os palhaços foram encaminhados para o local do evento, onde as crianças aguardavam a apresentação. Porém, sem o cenário das apresentações estabelecido em um acordo, os profissionais subiram ao palco e depois de quatro músicas cantadas, um homem tomou o microfone e pediu que o público vaiasse a dupla.
Segundo um nota divulgada pela prefeitura nesta terça-feira, 7, houve um erro de interpretação por parte da organização do evento. A equipe ainda isentou os palhaços por qualquer responsabilidade e afirmou que a apresentação da dupla não estava prevista. "Reiteramos nosso pedido de desculpas ao Patati Patatá por toda a confusão e aproveitamos para reforçar nosso respeito e admiração pela marca", disse a prefeitura em nota.
De acordo com informações de 'O Globo', a empresa que representa os palhaços afirmou que o material didático que a dupla usa em seus shows foi entregue à cidade ainda no mês de maio. A empresa ainda ressaltou que os palhaços foram surpreendidos ao chegarem no município, quando o acordo era tirar fotos em um ambiente escolar e não para se apresentar em praça pública diante de uma multidão.

"Ao chegarem na cidade para realizarem a participação no projeto pedagógico, a dupla foi surpreendida por toda esta situação, inclusive sequer tinham os componentes necessários para um show deste porte, que inclui cenários lúdicos, adereços cenográficos, equipamentos técnicos de som e iluminação, ballet e outros personagens que compõem o espetáculo", disse a equipe em nota.
Polêmica dos shows de prefeituras
Após uma fala polêmica do cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, na cidade de Sorriso (MT), no dia 12 de maio: "Nós somos artistas que não dependemos da Lei Rouanet. O nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no toba para mostrar se a gente tá bem ou não", afirmou na época. A referência do cantor foi a uma tatuagem íntima feita por Anitta, no entanto, o ataque gerou uma série de investigações nas redes sociais.
A declaração desencadeou diversos levantamentos que, embora não usem da lei, os cantores de sertanejo costumam fazer apresentações pagas com verba municipal, que também é dinheiro público. O caso dos palhaços no Mata Grosso ganhou uma certa atenção por conta desses últimos acontecimentos envolvendo cidades pequenas, e pode se tornar alvo de investigação.
Nas redes, usuários mostraram que Zé Neto recebeu R$ 400 mil da prefeitura de Sorriso pelo show realizado na 33ª Exporriso, o mesmo em que fez a declaração sobre Anitta.

Desde então, uma série de investigações sobre os cachês de prefeituras a artistas do mundo sertanejo foram iniciadas. Na semana passada foi revelado que a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro (MG) pagaria ao cantor Gusttavo Lima um cachê de R$ 1,2 milhão.
O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) instaurou procedimento para apurar o pagamento de R$ 2,3 milhões pela prefeitura de Conceição do Mato Dentro aos cantores que se apresentariam no mesmo evento na cidade em junho. Após polêmicas, o evento foi cancelado.