Eduardo Leite volta atrás e decide entrar na corrida eleitoral pelo governo do Rio Grande do SulReprodução/Twitter

Porto Alegre - O ex-governador Eduardo Leite oficializou nesta segunda-feira, 13, a candidatura ao governo do Rio Grande do Sul pelo PSDB. O anúncio foi feito na sede do diretório estadual tucano, em Porto Alegre, ao lado de Ranolfo Vieira Júnior, que é o atual governador daquele estado.
Com a definição de Leite, os tucanos esperam que o MDB abra mão da pré-candidatura de Gabriel Souza e passe a ser o vice na chapa do PSDB ao Palácio Piratini. Souza tem resistido a deixar a disputa ao governo estadual. Apesar disso, ele sofre pressão da direção nacional da sigla, que ameaça até cortar os repasses do fundo eleitoral de uma eventual campanha.
A composição do MDB como vice na chapa de Leite é a principal contrapartida exigida pelos tucanos em acordo nacional em troca do apoio à pré-candidatura presidencial da senadora Simone Tebet (MDB-MS).
O MDB gaúcho argumenta que já elegeu quatro governadores naquele estado e que nunca deixou de lançar candidato nas eleições estaduais. Ao tratar da dificuldade do apoio dos emedebistas, Leite pediu "serenidade" e sugeriu que precisa haver reciprocidade, já que o PSDB também cedeu ao abrir mão da candidatura presidencial.
"Tenho profundo respeito pelo MDB. É natural que o partido queira lançar um nome. Mas o PSDB também abriu mão de uma candidatura para apoiar Tebet", disse Leite.
O ex-governador renunciou ao cargo em 31 de março, quando ensaiava uma candidatura presidencial pela terceira via. O plano, porém, não deu certo. Para concorrer a governador, no entanto, Leite quebrou a promessa de campanha de não concorrer a um segundo mandato.
O ex-governador sempre se disse contrário ao instituto da reeleição. Desta vez, porém, ele decidiu fazer um contorcionismo ao justificar sua posição. Disse que só será candidato porque não levará vantagem sobre os demais postulantes, já que renunciou ao cargo e não estará investido do poder durante a disputa.
"Minha crítica à reeleição é estar no poder para usar o cargo. Eu não mudo os meus princípios. Se for candidato a governador, só fora do cargo. Se há alguma vantagem da minha candidatura, será apenas a de já ser conhecido da população", afirmou.
Leite também negou que o governo gaúcho fosse seu "plano B", ainda que tenha cogitado ser presidente pelo PSD de Gilberto Kassab e depois tenha tentado se viabilizar pelo próprio PSDB, apesar de ter perdido as prévias para o ex-governador João Doria. No ano passado, ele ainda chegou a flertar com uma candidatura ao Palácio do Planalto pelo Podemos.
"O Rio Grande do Sul não é plano B. Se meu plano fosse ser candidato a presidente, eu tinha condições para isso", complementou o ex-governador.