Jornalista Dom Phillips teve o corpo encontrado nesta quarta-feira pela Polícia FederalReprodução
"Estamos de coração partido com a confirmação de que Dom e Bruno foram assassinados e estendemos nossas mais profundas condolências a Alessandra, Beatriz e a outros membros brasileiros das famílias de ambos. Agradecemos a todos que participaram da busca, especialmente aos grupos indígenas que trabalharam incansavelmente para encontrar evidências do ataque", diz a nota.
No texto, a família também pede para que profissionais da mídia não a procurem pelos próximos dias, para que seja possível "lidar de forma privada com o que aconteceu". "No devido tempo, daremos nossa perspectiva sobre a vida e o trabalho desses homens."
Junto ao comunicado, foi divulgada novamente uma vaquinha de emergência para levantar fundos para os familiares da dupla. Até o momento, a campanha já arrecadou 51 mil dólares.
Durante entrevista coletiva, Fontes afirmou que, em depoimento realizado ontem (14), o pescador Amarildo da Costa Pereira, conhecido como "Pelado”, um dos suspeitos pelo desaparecimento, confessou a participação no desaparecimento e indicou o local onde os corpos foram enterrados.
Diante da confissão, PF foi até o local do crime, onde foi realizada a reconstituição da cena do crime. Durante as escavações, as equipe encontraram “remanescentes humanos” em uma área de mata fechada.
A corporação informou que os remanescentes estão sendo coletados e serão enviados para perícia para identificação dos corpos. “Sendo comprovados que esses remanescentes são relacionados ao Dom Philips e ao Bruno Pereira, nós vamos restituir mais breve possível às famílias”, afirmou.
O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian no Brasil, estão desaparecidos desde 5 de junho, na região do Vale do Javari, no oeste do Amazonas.
De acordo com a coordenação da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno Pereira e Dom Phillips chegaram na sexta-feira (3) no Lago do Jaburu, nas proximidades do rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse entrevistas com indígenas.
Segundo a Unijava, no domingo (5), os dois deveriam retornar para a cidade de Atalaia do Norte, após parada na comunidade São Rafael, para que o indigenista fizesse uma reunião com uma pessoa da comunidade apelidado de Churrasco. No mesmo dia, uma equipe de busca da Unijava saiu de Atalaia do Norte em busca de Bruno e Dom, mas não os encontrou e eles foram dados como desaparecidos.
Dom costumava fazer matérias sobre meio ambiente e, segundo o The Guardian, desde 2018 fazia expedições para o Amazonas junto com Bruno. Com essa última viagem, o jornalista pretendia colher informações para o um livro sobre preservação ambiental que escrevia com o apoio da Fundação Alicia Patterson. A obra foi interrompida com quatro capítulos.
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