Anna conta que foi mantida sob a mira dos sequestradores durante oito horasReprodução
Polícia prende suspeitos de ligação com quadrilha do pix que sequestrou arquitetas
Bandidos montaram emboscada para as vítimas, que foram atraídas para uma reunião e, depois, mantidas em cárcere privado
São Paulo - Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) prenderam, na manhã da última quinta-feira, 14, em São Paulo, um homem e uma mulher suspeitos de participarem de uma quadrilha especializada em sequestrar arquitetas e extorqui-las por meio de transações bancárias via pix.
O caso vem sendo investigado pela 2ª Delegacia de Polícia sobre Fraudes Contra Instituições de Comércio Eletrônico Praticadas por Meios Eletrônicos (DCCiber) desde maio, quando a Polícia Civil teve o conhecimento da primeira vítima do grupo.
Segundo o delegado André Junji, que está à frente das investigações, a quadrilha tinha como foco arquitetas mulheres. Ao todo foram seis vítimas, mas o número, de acordo com as investigações, pode ser maior.
Junji explica que as arquitetas eram abordadas por telefone pelos suspeitos, que marcavam uma reunião pessoal para debater o orçamento de uma possível reforma residencial. Nos encontros, os falsos clientes anunciavam o golpe e levavam as vítimas para matagais das regiões do Jardim Rincão e Jaguaré.
Era no cativeiro que os suspeitos faziam as transferências bancárias até subtrair todo o dinheiro das contas das vítimas. "Elas ficavam cerca de seis a sete horas (sob o domínio da quadrilha)", diz o delegado, que não soube informar por que os criminosos tinham profissionais arquitetas como foco.
Na quadrilha, o papel do casal preso nesta quinta era o de receber as transferências bancárias. Segundo Junji, eles não tinha passagem pela polícia, Além da apreensão da dupla, o Deic tinha também um terceiro mandado de prisão contra outro integrante do grupo, mas que não chegou a ser cumprido. O suspeito está foragido.
Os policiais também apreenderam nove celulares que vão ser usados para dar seguimento nas investigações. De acordo com o delegado, os dois suspeitos presos não confessaram a autoria do crime, "mas forneceram informações que vão ser importantes para identificar os outros integrantes da quadrilha", disse Junji.
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