Corpo foi encontrado na cabana em que viviaReprodução/Fundação Nacional do Índio

Morreu na última terça-feira, 23, o indígena conhecido como "índio do buraco", homem que vivia isolado na Terra Indígena Tanaru (Rondônia) segundo a Fundação Nacional do Índio. Ele era o último remanescente de uma etnia não identificada e massacrada na década de 1990. O corpo do homem foi encontrado na cabana onde vivia, dentro da rede de dormir, pela equipe da Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé. Não haviam sinais de violência no local.
A Polícia Federal realizou a perícia junto à presença de especialistas do Instituto Nacional de Criminalística de Brasília e apoio de peritos criminais de Vilhena (RO). A análise também foi acompanhada por servidores da Funai.

A fundação, que emitiu uma nota de pesar lamentando profundamente a perda, informou que “os pertences, utensílios e objetos utilizados costumeiramente pelo indígena permaneciam em seus devidos lugares. No interior da palhoça [cabana] havia dois locais de fogo próximos da sua rede”. E acrescentou que a morte, ao que parece, se deu por causas naturais, o que será confirmado por laudo de médico legista da Polícia Federal.
Histórico

Os índios isolados que viviam na região foram alvos de diversos ataques durante as décadas de 1980 e 1990. Assim, o grupo do índio, que já era pequeno, acabou dizimado, deixando como único sobrevivente o homem, que tinha como característica marcante escavar buracos dentro das palhoças onde vivia.

A Funai realizou algumas tentativas de contato com o indígena até ficar claro que ele não queria a aproximação. Então, desde 2005, ele passou a ser apenas monitorado pelas equipes do órgão. Os servidores, eventualmente, deixavam ferramentas e sementes nos locais por onde o homem passava.