A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chega ao CCBB, sede de transição do governo LulaMarcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília - Depois de se reunir com o vice-presidente eleito da República, Geraldo Alckmin (PSB), e o conselho político ampliado, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o prazo de validade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição ainda é o ruído que impede o avanço da matéria. Para a dirigente, não é justificável excepcionalizar o Bolsa Família do teto de gastos por apenas um ano, como pressionam setores do mundo político, pelo caminho legislativo. "Aí tem outros instrumentos", declarou.
De acordo com Gleisi, não há divergências de valores da PEC, apenas do prazo. "Tem gente que avalia que não dá pra ser indeterminado, gente que avalia que quatro anos do Bolsa Família fora do teto é muito", afirmou Gleisi. "Não há divergências de valores, tem sim essa questão do prazo", acrescentou, ao ressaltar que o Bolsa Família será excepcionalizado em sua totalidade do teto de gastos - ou seja, os R$ 175 bilhões necessários para manter o benefício em R$ 600 e oferecer o adicional de R$ 150 por criança de até 6 anos.
Em seguida, contudo, reiterou a aposta de que o Congresso "terá sensibilidade" para apresentar uma "solução duradoura" para o Bolsa Família. "As pessoas não podem ficar receosas de ter interrompido seu sustento político", avaliou, ao pedir uma "solução política" para o impasse. "Não pode ser um soluço, fazer por um ano e depois renova."
As declarações de Gleisi foram dadas à imprensa após a reunião com o conselho político ampliado da transição, que, segundo ela, mostrou disposição dos partidos para ajudar a construir o caminho para a PEC. "Falamos do grande desafio que é ter garantia do Bolsa Família no que vem e espaço fiscal para as entregas", relatou, sobre o encontro.