Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres desembarcou no Aeroporto de Brasília, na manhã deste sábado, 14. O avião que saiu atrasado, às 23h30 de sexta-feira, 13, dos Estados Unidos, pousou às 7h20 no Brasil.
Avião de Torres pousa em Brasília - Reprodução/GloboNews
Avião de Torres pousa em BrasíliaReprodução/GloboNews
Todo o procedimento é mantido em sigilo, mas espera-se que Torres seja recebido pela Polícia Federal, realize o exame de corpo delito pelo Instituto Médico Legal (IML), uma vez que é um preso e está sob tutela do Estado, e depois, preste esclarecimentos à PF. 
A prisão do ex-ministro foi determinada por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na investigação sobre os atos golpistas em Brasília. Torres estava de férias com a família em Orlando. Ele foi exonerado após os protestos radicais na Praça dos Três Poderes por "omissão" e "conivência" com os atos.
Anderson Torres embarcou escoltado pela polícia americana e segundo informações, foi vaiado por brasileiros que estavam no avião. 
Minuta
Os agentes da Polícia Federal encontraram, durante a operação de busca e apreensão realizada na terça-feira, 10, na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres a minuta de um decreto para que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) estabelecesse o estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A informação foi divulgada na tarde desta quinta-feira, 13.
A medida teria como objetivo mudar o resultado da eleição vencida por Luiz Inácio Lula da Silva, em uma clara manobra de golpe.

A PF iniciou as investigações para esclarecer em que circunstâncias a minuta foi elaborada e se ela chegou a ser discutida com Bolsonaro ou alguma outra autoridade do governo à época. Se tivesse sido publicado, o decreto seria inconstitucional.
O esboço, elaborado após o resultado do segundo turno das eleições, estabelece a apuração de suposto abuso de poder, suspeição e de medidas tidas como "ilegais" pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, durante a campanha eleitoral. De acordo com a minuta, a decretação do estado de defesa daria a Bolsonaro plenos poderes para interferir na Corte.