Ministro da Fazenda, Fernando Haddad em DavosReprodução: redes sociais

Davos - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a extrema direita será a força de oposição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que isso é "muito grave". Ele voltou a reforçar a reposta das instituições brasileiras aos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília.
"Não dá para negar que a extrema direita se organizou no Brasil. A extrema direita será a força de oposição do governo Lula e isso é grave", disse, durante plenária no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. "O Brasil conviveu com extrema direita no passado, mas nunca foi eleitoralmente viável", acrescentou.
O ministro da Fazenda disse que, apesar de fragilidade para reunir uma série de partidos, a base de sustentação de Lula é forte para reagir à extrema direita, governar e defender a democracia no Brasil. Segundo ele, a reposta do governo aos atos antidemocráticos foi institucionalmente muito importante.
"Tivemos êxito muito grande em resposta a atos em Brasília", afirmou, acrescentando que os financiadores de atos já estão identificados e vão responder pelo que patrocinaram. Apesar disso, Haddad disse que não é confortável ter oposição extremista no Brasil e que vê o tema com preocupação.
Ao seu lado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, concordou com Haddad sobre os atos golpistas em Brasília, mas ponderou que o extremismo não é um problema só no Brasil, mas no mundo. "Não é confortável para nenhum governo ter oposição extremista", afirmou, dizendo que é "emblemático" estar com ministro da Fazenda em um debate sobre as perspectivas para o Brasil em Davos.
De acordo com Marina, o extremismo é desestabilizador em várias óticas como social, ambiental e econômica. Apesar disso, ela disse que o governo teve capacidade de resposta a atos em poucas horas e ressaltou a fortaleza das instituições no Brasil. Por fim, comentou sobre a ação internacional que Lula fará para reinserir o Brasil no mundo e defender a democracia do país.