O aguardado encontro entre Lula e Joe Biden marcou a reaproximação entre Brasil e Estados UnidosAFP
"Os Estados Unidos anunciaram sua intenção de trabalhar com o Congresso para fornecer recursos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo apoio inicial ao Fundo Amazônia, e para alavancar investimentos nessa região muito importante", diz trecho do documento divulgado pelo Itamaraty.
Lula viajou para os Estados Unidos a convite do democrata Joe Biden. Na bagagem, o presidente brasileiro levou diversos temas, o papel dos dois países, vítimas de ataques golpistas e antidemocráticos, no combate ao violento extremismo da direita. O meio ambiente e a mudança climática tiveram destaque na aguardada agenda.
O Fundo Amazônia foi criado em 2008 e, desde então, recebeu cerca de R$ 3,3 bilhões em doações. No entanto, Alemanha e Noruega, maior contribuinte, suspenderam o repasse em 2019 após reiterada críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL) no combate às queimadas e ao desmatamento na região, que registraram números recordes nos últimos quatro anos.
Com vitória de Lula, nas urnas, o chanceler alemão, Olaf Scholz, em visita ao Brasil no fim de janeiro, afirmou que o governo do país destinará 203 milhões de euros, cerca de R$ 1,1 bilhão, para ações na Amazônia, sendo que pouco mais de R$ 196 milhõres diretamente para o fundo. O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eidea, se colocou à disposição da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para ajudar na reestruturação do projeto.
Questionado sobre a entrada dos Estados Unidos no Fundo Amazônia, Lula sorriu e disse "eu acho que vão". De acordo com ele, Biden está convencido da necessidade de auxiliar países com grandes reservas florestais a preservar estes espaços.
"Não só eu acho que vão, como é necessário que participem. Porque o Brasil não quer transformar a Amazônia num santuário da humanidade, mas o Brasil também não quer abrir mão de que a Amazônia é um território do qual o Brasil é soberano", disse o chefe do Executivo brasileiro antes da nota.
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