Do total de passageiros, cinco desembarcaram em Recife. Os demais seguem para outras cidades: 29 têm como destino final a cidade de São Paulo; nove vão para o Rio de Janeiro; outros nove para Belo Horizonte; cinco para Recife, quatro para Goiânia; quatro para Porto Alegre; dois para Vitória; um para Uberlândia (MG) e um para Cuiabá.
O governo federal mobilizou a repatriação dos brasileiros devido ao confronto iniciado no último fim de semana entre Israel e o grupo Hamas, no Oriente Médio. Estão previstos mais três voos até domingo, 15, na chamada Operação Voltando em Paz, coordenada pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. Neste primeiro momento, a estimativa é retirar 900 brasileiros que estão em Israel e na Palestina.
Segundo o Palácio do Itamaraty, mais de 2 mil brasileiros já procuraram as autoridades para retornar ao país. Na quarta-feira, 11, o ministro Aloysio Mares Dias Gomide Filho, diretor do departamento consular, ressaltou que está sendo feito um "pente-fino" na lista, pois foram verificados nomes duplicados ou, até, triplicados. Neste número, estão incluídos também os nomes dos 425 brasileiros que desembarcaram entre quarta e quinta.
O ministro pontuou que não necessariamente todos os nomes da lista solicitaram repatriação. Segundo ele, em alguns casos, os brasileiros registraram os nomes apenas para solicitar informações da Embaixada e informar a situação do conflito.
No primeiro avião da Operação Voltando em Paz, 107 passageiros desembarcaram em Brasília e 104 seguiram para o Rio de Janeiro em dois aviões da FAB. As testemunhas da guerra agradeceram e demonstraram a sensação de alívio durante o desembarque no aeroporto. Em meio ao choro, o grupo relatou a tensão e momentos angustiantes vividos nos últimos dias em Israel, com o zunido de mísseis e toque de sirenes.
Neste primeiro momento, o Itamaraty priorizou o traslado de cidadãos que residem no Brasil e visitavam a região do conflito sem ter passagem de volta.
Repatriação
O governo israelense autorizou o envio de dois aviões do Brasil para o resgate de cidadãos do País na segunda-feira, 9. A aeronave da FAB já estava em Roma (Itália) quando a autorização foi concedida, após sair do Rio Grande do Norte no domingo.
O KC-30 é a maior aeronave da FAB e consegue voar uma distância de 14,5 mil quilômetros. De acordo com a FAB, outros dois aviões deste modelo serão utilizados na missão em Israel, além de dois KC-390 e dois VC-2.
Em nota, o Ministério afirmou que a Embaixada em Tel Aviv ainda estaria recebendo, por meio de formulário online, pedidos de brasileiros interessados em repatriação. "O Ministério das Relações Exteriores reitera a orientação no sentido de todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais a partir do aeroporto Ben-Gurion, que continua a operar".
Os candidatos à repatriação devem seguir critérios de prioridade Em um primeiro momento, residentes no Brasil sem passagem aérea serão priorizados.
Mortes de brasileiros e reféns
Na terça-feira, 10, o Itamaraty confirmou a morte de Ranani Glazer e Bruna Valeanu, sabe-se que ainda há uma brasileira considerada desaparecida, a carioca Karla Stelzer Mendes, de 41 anos. Entretanto, não há confirmação de que Karla possa estar entre os reféns de Hamas.
Eles estão entre os participantes de uma festa rave que sofreu um ataque relâmpago no último sábado, 7. O grupo palestino Hamas bombardeou Israel e levou reféns para a Faixa de Gaza. Na segunda-feira, 9, o grupo chegou a afirmar que haveria uma execução de refém para cada bombardeio de Israel no território. A ameaça não intimidou os militares israelenses, que continuam bombardeando o enclave palestino um dia depois do comunicado.
Na manhã de quarta, o Ministério da Defesa de Israel afirmou que há brasileiros entre as pessoas que estão sendo mantidas reféns. O anúncio foi feito por um porta-voz do Exército israelense. Segundo ele, há também reféns da Argentina. O número e suas identidades não foram confirmados pelo governo israelense.
Mais tarde, o porta-voz internacional das Forças de Defesa de Israel, Jonathan Conricus, afirmou que não há confirmação completa sobre brasileiros feitos de reféns pelo grupo terrorista. Ao Estadão, Conricus disse que os relatos de militares e fontes anônimas indicam que pode haver brasileiros entre os reféns, mas que não é possível ter certeza sobre isso no momento "A situação no momento é muito confusa e não dá para afirmar com toda a certeza que há brasileiros", disse.
De acordo com o Palácio do Itamaraty, também não há informações em relação à terceira brasileira desaparecida por conta do conflito. Sobral também disse que o governo brasileiro ainda trabalha para a confirmação da possibilidade de reféns brasileiros na região.
Orientações
A Embaixada do Brasil em Tel Aviv está recebendo, por meio de formulário em seu site, a inscrição de interessados em repatriação.
Os plantões consulares da embaixada em Tel Aviv (+972 (54) 803 5858) e do Escritório de Representação em Ramala (+972 (59) 205 5510), com whatsapp, permanecem em funcionamento para atender pessoas em situação de emergência. O plantão consular geral do Itamaraty, em Brasília, também pode ser contatado pelo telefone +55 (61) 98260-0610.
O Escritório de Representação em Ramala, na Cisjordânia, segue em contato com os cerca de 50 brasileiros que vivem na Faixa de Gaza e prepara a retirada daqueles que desejam deixar a região, em coordenação com a Embaixada do Brasil no Cairo, no Egito, país fronteiriço.
Segundo Damasceno, a FAB está mapeando os aeroportos no Norte e Nordeste para realizar a operação de resgate.
O Itamaraty reforça ainda a orientação de que todos os brasileiros que estão na região e que tenham passagens aéreas, ou condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais a partir do Aeroporto Internacional Ben Gurion, que continua a operar, ainda que com restrições.
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