Brasileiros embarcados no terceiro voo da Operação Voltando em PazDivulgação: GOV/FAB

A segunda aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para o resgate de brasileiros em Israel decolou de Tel Aviv, às 11h45 (do horário de Brasília) desta quinta-feira, 12, de volta para o Brasil. Ao todo, 69 estão a bordo do modelo KC-390 com previsão de pousar no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na sexta-feira, 13.
Do total de passageiros, 29 têm como destino final a cidade de SP, nove vão para o Rio de Janeiro, outros nove para Belo Horizonte, cinco para Recife, quatro para Goiânia, quatro para Porto Alegre, dois para Vitória, um para Uberlândia (MG) e um para Cuiabá.
Outras seis aeronaves estão previstas para serem enviadas até domingo, 15, com objetivo de resgatar os brasileiros que continuam no país enquanto o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas continua na Faixa de Gaza e no território israelense. 
Segundo o Palácio do Itamaraty, mais de 2 mil brasileiros já procuraram as autoridades para retornar ao país. Na quarta-feira, 11, o ministro Aloysio Mares Dias Gomide Filho, diretor do departamento consular, ressaltou que está sendo feito um "pente-fino" na lista, pois foram verificados nomes duplicados ou, até, triplicados. Neste número, estão incluídos também os nomes dos 425 brasileiros que desembarcaram entre quarta e quinta.
O ministro pontuou que não necessariamente todos os nomes da lista solicitaram repatriação. Segundo ele, em alguns casos, os brasileiros registraram os nomes apenas para solicitar informações da Embaixada e informar a situação do conflito.
No primeiro avião da Operação Voltando em Paz, 107 passageiros desembarcaram em Brasília e 104 seguiram para o Rio de Janeiro em dois aviões da FAB. As testemunhas da guerra agradeceram e demonstraram a sensação de alívio durante o desembarque no aeroporto. Em meio ao choro, o grupo relatou a tensão e momentos angustiantes vividos nos últimos dias em Israel, com o zunido de mísseis e toque de sirenes.
Já no segundo, 214 brasileiros chegaram ao Aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, na madrugada desta quinta. O avião KC-30, da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou às 12h30 de Tel Aviv e não fez escala. Três gatos e um cachorro também estavam na aeronave. 
"É incrivelmente satisfatório chegar depois de tudo o que a gente viveu lá. Nem de perto estive no front ou perto de explosão real, mas saber que estamos no Brasil depois da iminência de um ataque, de sentir a tensão da guerra, as sirenes tocando, é incrível", disse o produtor de vídeo brasiliense Gleik Max, assim que chegou ao país. Ele estava em Israel para uma gravação de um documentário. 
Repatriação
O governo israelense autorizou o envio de dois aviões do Brasil para o resgate de cidadãos do País na segunda-feira, 9. A aeronave da FAB já estava em Roma (Itália) quando a autorização foi concedida, após sair do Rio Grande do Norte no domingo.

O KC-30 é a maior aeronave da FAB e consegue voar uma distância de 14,5 mil quilômetros. De acordo com a FAB, outros dois aviões deste modelo serão utilizados na missão em Israel, além de dois KC-390 e dois VC-2.
Em nota, o Ministério afirmou que a Embaixada em Tel Aviv ainda estaria recebendo, por meio de formulário online, pedidos de brasileiros interessados em repatriação. "O Ministério das Relações Exteriores reitera a orientação no sentido de todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais a partir do aeroporto Ben-Gurion, que continua a operar".

Os candidatos à repatriação devem seguir critérios de prioridade Em um primeiro momento, residentes no Brasil sem passagem aérea serão priorizados.
Mortes de brasileiros e reféns
Na terça-feira, 10, o Itamaraty confirmou a morte de Ranani Glazer e Bruna Valeanu, sabe-se que ainda há uma brasileira considerada desaparecida, a carioca Karla Stelzer Mendes, de 41 anos. Entretanto, não há confirmação de que Karla possa estar entre os reféns de Hamas.
Eles estão entre os participantes de uma festa rave que sofreu um ataque relâmpago no último sábado, 7. O grupo palestino Hamas bombardeou Israel e levou reféns para a Faixa de Gaza. Na segunda-feira, 9, o grupo chegou a afirmar que haveria uma execução de refém para cada bombardeio de Israel no território. A ameaça não intimidou os militares israelenses, que continuam bombardeando o enclave palestino um dia depois do comunicado.
Na manhã de quarta, o Ministério da Defesa de Israel afirmou que há brasileiros entre as pessoas que estão sendo mantidas reféns. O anúncio foi feito por um porta-voz do Exército israelense. Segundo ele, há também reféns da Argentina. O número e suas identidades não foram confirmados pelo governo israelense.
Mais tarde, o porta-voz internacional das Forças de Defesa de Israel, Jonathan Conricus, afirmou que não há confirmação completa sobre brasileiros feitos de refém pelo grupo terrorista. Ao Estadão, Conricus disse que os relatos de militares e fontes anônimas indicam que pode haver brasileiros entre os reféns, mas que não é possível ter certeza sobre isso no momento "A situação no momento é muito confusa e não dá para afirmar com toda a certeza que há brasileiros", disse.
De acordo com o Palácio do Itamaraty, também não há informações em relação à terceira brasileira desaparecida por conta do conflito. Sobral também disse que o governo brasileiro ainda trabalha para a confirmação da possibilidade de reféns brasileiros na região.