Michelle Bolsonaro ironizou imagens de Moro ao lado de Flavio Dino durante sabatina no SenadoReprodução

Após aparecer aos risos e abraçado com o ministro da Justiça, Flávio Dino, durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi alvo de críticas da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro nesta quinta-feira, 14. 
No Instagram, a ex-primeira-dama compartilhou uma foto com Moro e Dino em clima amistoso e escreveu: “Quanta cumplicidade”. Na postagem seguinte, Michelle Bolsonaro questiona a identidade de "Mestrão', que foi flagrado pelo Estadão aconselhando o senador sobre não revelar o próprio voto. Parlamentar da oposição ao atual governo de Luis Inácio Lula da Silva (PT), Moro ficaria exposto se tornasse público um eventual apoio a Dino para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
'Vida inteira rodando'

O Estadão flagrou a mensagem no celular de Moro durante a sessão no plenário do Senado. Ele conversava com uma pessoa próxima identificada apenas como "Mestrão". O contato ainda disse ao senador que o "coro está comendo" nas redes sociais. Imagens do senador oposicionista abraçado e aos risos com Dino circularam na internet nesta quarta-feira, 13.

Feito o alerta, Mestrão tentou tranquilizar o senador: "fica frio que ja ja passa (sic)". Na sequência, porém, ele orientou novamente o parlamentar: "não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando".

Na troca de mensagens com Mestrão, Moro respondeu: "Blz (beleza) Vou manter meu voto secreto, eh um instrumento de proteção contra retaliação (sic)".

O senador não quis declarar o voto no levantamento feito pelo Estadão com todos os parlamentares e chegou a ironizar, durante a sabatina na CCJ, a repercussão negativa das fotos em que aparece aos risos com Dino. Na votação no plenário do Senado, a indicação de Dino para o STF teve 47 votos a favor e 31 contra.

Antes da conversa tomar o tom de alerta, Mestrão havia informado a Moro que o advogado do PT no processo em que o partido pede cassação de Moro é sócio do "DG (Diretor Geral) da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), braço direito do (Ademar) Traiano (presidente da Alep)". O deputado estadual Traiano enfrenta uma série de denúncias de corrupção feitas pelo deputado Renato Freitas (PT-PR).

Procurado pelo Estadão, Moro informou, por intermédio da assessoria, que a pessoa com quem conversou pelo celular "sem ter informação do voto do senador fez a sugestão somente porque distorceram o posicionamento do parlamentar nas redes após cumprimento ao ministro Dino. Em resposta, o senador disse que iria manter o sigilo do voto, que é um instrumento de proteção contra retaliação". Moro não revelou quem é "Mestrão".
*Com informações do Estadão Conteúdo