As buscas foram realizas pela Força Aérea Brasileira (FAB) e pela Polícia Militar de São Paulo. Esta última foi quem achou os destroços, fazendo uso de seu próprio helicóptero, o Águia 24.
Em contato com o proprietário do heliponto onde faria o pouso, o piloto revelou que estava com dificuldades para cruzar a serra por causa do excesso de nuvens. Cassiano disse que tentaria elevar a altitude e que tentaria achar um "buraco" — jargão da aviação que significa um ponto de céu limpo.
Cassiano e o dono do heliponto se falaram novamente. O piloto voltou a reclamar das condições climáticas e disse que não estava conseguindo subir a camada de nuvens. Em seguida, o piloto afirmou que iria tentar voar por cima das nuvens. Às 15h13, O heliponto fez novo contato com a aeronave, mas não houve retorno.
Ainda no dia 31 de dezembro, às 22h40, foi gerado um alerta para o Comando de Aviação e para o Corpo de Bombeiros, já que não havia registro de pouso da aeronave ou possibilidade de contato com o piloto.
Piloto não tinha autorização para voo com passageiros
O piloto Cassiano Tete Teodoro, que conduzia os passageiros no voo do helicóptero que desapareceu no dia 31 de dezembro, não tinha permissão para realizar o passeio.
Em contato com a reportagem, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou que ''o profissional teve sua licença e todas as habilitações cassadas pela agência em 15 de setembro de 2021 por condutas infracionais graves à segurança da aviação civil. Na ocasião, o piloto recorreu à Justiça, que manteve a decisão da ANAC''.
Cassiano foi cassado em decorrência, entre outros motivos, de evasão de fiscalização, fraudes em planos de voos e práticas envolvendo transporte aéreo clandestino.
Em outubro de 2023, após observar prazo máximo legal para a penalidade administrativa de cassação, que é de dois anos, o piloto retornou ao sistema de aviação civil ao obter nova licença com habilitação para Piloto Privado de Helicóptero (PPH). Essa licença não dá autorização para realização de voos comerciais de passageiros.
Ainda de acordo com a ANAC, o helicóptero utilizado no passeio não tinha permissão para realizar o serviço de táxi-aéreo. "Em relação à citada aeronave, consta no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) que o helicóptero se encontra em situação normal de aeronavegabilidade, conforme registro em anexo, sem permissão para realização de serviço de táxi-aéreo", diz a agência em nota.
Tecnologia nas buscas
A Força Aérea Brasileira comanda as buscas, que chegam ao seu oitavo dia. Para auxiliar a missão, foram acionados os departamentos especializados conhecidos como Esquadrão Pelicano (15 tripulantes) e Esquadrão Pantera (nove tripulantes).
De acordo com a FAB, o SC-105 Amazonas, avião utilizado pelo Esquadrão Pelicano, é equipado com um radar capaz de realizar buscas sobre terra ou mar, com alcance de até 360 quilômetros. Um sistema de comunicação via satélite também permite o contato com outras aeronaves ou centros de coordenação de salvamento (Salvaero), mesmo em voos a baixa altura.
Já o H-60 Black Hawk, utilizado pelo Esquadrão Pantera, é um dos mais versáteis, da FAB. Ele é utilizado em larga escala para infiltração e exfiltração de tropa e para missões de resgate e busca e salvamento. Pode percorrer até 295 quilômetros em apenas uma hora.
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No entanto, foi através do Águia 24, helicóptero da Polícia Militar de São Paulo, que os destroços da aeronave foram encontrados.
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