"A perícia constatou uma perfuração entre o painel e o motor, e verificou que o ar-condicionado não ficou circulando o ar interno, mas de fora para dentro. Então, provavelmente, foi jogando monóxido de carbono para dentro (do veículo)", informou o delegado Bruno Effori.
Segundo a perícia, o exame toxicológico indicou alta presença de monóxido de carbono nos cadáveres, mas não encontrou vestígios de drogas nem bebidas no carro, assim como uso de entorpecentes pelas vítimas.
Três ocupantes estavam com mais de 50% de presença do gás no corpo, enquanto a quarta bateu 49%. A perita Bruna de Souza Boff afirmou que 40% já seria o suficiente para matar uma pessoa.
De acordo com a polícia, a BMW tinha diversas modificações, como alterações no silenciador e um chip de potência, mas a principal foi no dowpipe. Segundo o site Strike Brasil, a peça substitui o primeiro cano que sai após o turbocompressor e é usado para retirar a restrição que o catalisador impõe. A ideia é gerar mais potência no veículo. Acredita-se que alteração tenha sido feita de forma caseira.
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O grupo era composto por amigos e familiares de Paracatu, município no interior de Minas Gerais. Gustavo Pereira Silveira Elias, 24 anos, Karla Aparecida dos Santos, de 19, Tiago de Lima Ribeiro, de 21, e Nicolas Kovaleski, de 16. Eles haviam passado o Réveillon em Balneário Camboriú e estavam voltando para Florianópolis.
Após a festa da virada, os quatro foram para a rodoviária por volta de 3h para buscar a namorada de Gustavo, que havia chegado de ônibus de Minas. No entanto, o grupo começou a passar mal ao chegar no ponto de encontro e optou por esperar antes de seguir viagem. Eles acreditavam que seria um mal estar gerado por alguma comida estragada. Segundo a investigação, as vítimas permaneceram dentro do veículo com o motor e o ar-condicionado ligados por quatro horas.
O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas decretou as mortes no próprio local, "após 40 minutos de procedimentos avançados de reanimação" por integrantes da corporação e socorristas do Samu. Cerca de 15 profissionais, além de visitantes que estavam de passagem pela rodoviária, atuaram na tentativa de salvamento do grupo. A namorada de Gustavo também foi socorrida, mas não apresentou sintomas.
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