No Brasil, cerca de 6 milhões de pessoas vivem com a doença e geram 200 mil hospitalizações todos os anosReprodução / Internet
A DPOC representa um importante desafio de saúde pública, sendo a terceira principal causa de morte no mundo. Estima-se que, em 2019, mais de 3 milhões de pessoas morreram da doença, totalizando 6% de todas as mortes no mundo. No Brasil, cerca de 6 milhões de pessoas vivem com a DPOC e todos os anos cerca de 200 mil hospitalizações são registradas, gerando um gasto aproximado de R$ 103 milhões por ano
Segundo a comissão, a consulta pública é o momento em que a sociedade pode expor suas experiências e opiniões a respeito da inclusão para amparar as decisões tomadas pelo poder público na Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS).
A terapia tripla em spray combina em um único dispositivo três substâncias ativas comumente utilizadas para o tratamento da doença: um corticoide inalatório com ação anti-inflamatória (CI), que atua na redução da inflamação dos pulmões, e dois broncodilatadores, sendo um agonista beta adrenérgico de longa ação (LABA) e um anticolinérgico de longa ação (LAMA). Ambos agem no relaxamento dos músculos das vias respiratórias, permitindo ao paciente com DPOC respirar melhor.
Atualmente, diretrizes internacionais, como a Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (GOLD 2024), preconizam que seja priorizada a escolha de medicações combinadas em dispositivo único. Essa recomendação, por sua vez, não está totalmente atendida no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) – documento que orienta o cuidado com o paciente através de recomendações de tratamento – disponibilizado pelo SUS. A tripla terapia recomendada para tratar pacientes graves e muito graves é disponibilizada em múltiplos dispositivos, impactando na adesão ao tratamento e no uso correto dos dispositivos, o que pode agravar a doença.
O PCDT também não inclui os dispositivos em spray, que viabilizam a administração dos medicamentos principalmente para pacientes que apresentam obstrução grave das vias aéreas (VEF1 inferior a 50%) e têm dificuldade de usar os dispositivos em pó devido à capacidade reduzida de inalar.
'A terapia tripla representa um avanço significativo para o tratamento de pacientes com a doença por conter três fármacos em um único dispositivo, simplificando a administração dos medicamentos, e, portanto, melhorando a adesão do paciente ao tratamento e, consequentemente, seu estado clínico”, comenta Dr. Clystenes Odyr Soares Silva, pneumologista e diretor de ensino da Sociedade Brasileira de Pneumologia e professor de pneumologia da Faculdade de Medicina da UNIFESP.
"A possibilidade de ampliação das terapias ofertadas gratuitamente para pacientes com DPOC no SUS, é um importante avanço para a qualidade de vida dessas pessoas. Não podemos esquecer que de cada quatro brasileiros, três dependem exclusivamente do SUS para cuidar de sua saúde. Por isso, é tão importante que a sociedade civil participe da consulta pública", completa Gustavo San Martin, diretor executivo da Associação Crônicos do Dia a Dia – CDD.
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