Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se pronunciou sobre divulgação dos áudiosReprodução / X
De acordo com Flávio, não houve interferência. "O próprio presidente Bolsonaro fala na gravação que não tem jeitinho e diz que tudo deve ser apurado dentro da lei. E foi exatamente assim que foi feito", disse.
Ele ainda questionou se supostas denúncias envolvendo a Receita Federal, e que teriam sido mencionadas nas gravações, foram devidamente apuradas. "Que eu saiba até hoje nada", concluiu.
Segundo as investigações, a conversa, gravada por Ramagem, ocorreu em agosto de 2020 e foi mencionada no relatório da investigação conhecida como "Abin Paralela", divulgado na semana passada. O áudio, com duração de 1h08min, estava sob segredo de Justiça e, de acordo com a Polícia Federal, está relacionada ao uso ilegal da Abin para obter informações sobre o inquérito no qual Flávio Bolsonaro foi investigado por "rachadinha" durante seu mandato como deputado estadual. Em 2021, essa apuração foi anulada pela Justiça.
Durante a reunião gravada, as advogadas Juliana Bierrenbach e Luciana Pires discutiram estratégias para obter informações sobre a investigação envolvendo o senador na Receita Federal e no Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Em um trecho do áudio, Bolsonaro e Heleno expressaram preocupação com o vazamento da conversa.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, aparentemente desconfiado de estar sendo gravado, afirmou que não queria "favorecer ninguém", enfatizando a legalidade das ações. "Tá certo. E deixar bem claro, a gente nunca sabe se alguém está gravando alguma coisa, que não estamos procurando favorecimento de ninguém", disse Bolsonaro.
A gravação também revela que as advogadas do senador acreditavam que havia uma "organização criminosa" dentro da Receita com a finalidade de "destruir desafetos e inimigos" por razões políticas ou financeiras. Elas buscaram obter provas dessa atuação para pedir a nulidade do inquérito contra Flávio Bolsonaro.
Com a divulgação do áudio, o assessor e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, defendeu o ex-presidente, argumentando que a conversa "só reforça o quanto o presidente ama o Brasil e o seu povo", disse.
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