Quando se trata de se preparar para buscar uma vaga na universidade por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), uma das maiores preocupações dos estudantes é a redação. Com um peso significativo na nota final para quase todos os cursos, o texto possui regras específicas e sua avaliação é dividida em competências. Pensando nisso, O DIA buscou especialistas para explicar como funciona a correção e trazer algumas dicas para os vestibulandos alcançarem a sonhada nota 1000.
Para Gabriella Jardim, professora de Redação do Pensi e da Escola Eleva Urca, é fundamental nesta reta final de preparação lembrar e estudar as competências cobrada pelos avaliadores na redação. Pensando nisso, ela deu dicas importantes para os alunos que buscam uma vaga em uma universidade pelo Enem.
Competência 1: avalia o domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa. Vale, então, atentar-se para: o uso correto das vírgulas, a ortografia das palavras e os casos mais recorrentes de concordância e regência.
Competência 2: exige o domínio do gênero dissertativo-argumentativo, a interpretação correta do tema e o uso de várias áreas do conhecimento para garantir o desenvolvimento temático — o famoso repertório sociocultural. É fundamental ler a proposta de redação atentamente, cumprir todas as funções de cada parágrafo do texto e, é claro, produzir um repertório que seja legitimado, pertinente e produtivo.
Competência 3: avalia o projeto de texto desenvolvido, bem como a qualidade dos argumentos apresentados. Para isso, planeje a redação antes de começar o rascunho e explore os porquês de as ideias escolhidas para a argumentação serem realmente válidas. Utilizar exemplos para comprovar o discurso construído também ajudará na credibilidade do seu posicionamento.
Competência 4: é focada no uso correto dos recursos de coesão para a garantia do entendimento textual e progressão eficiente das informações. Nesse momento, é preciso que os períodos estejam articulados por conectores, e que cada parágrafo argumentativo e o de conclusão comecem com um elemento coesivo.
Competência 5: analisa a relação da proposta de intervenção sugerida com os problemas desenvolvidos ao longo do texto, assim como o respeito aos direitos humanos e o cumprimento das cinco etapas interventivas: agente, ação, meio/modo, finalidade/efeito e detalhamento. A fim de facilitar a confecção dessas etapas, use palavras ou expressões que ajudem o avaliador a perceber cada um desses elementos.
Por último, Gabriella lembra que o texto será avaliado por dois corretores distintos e que a nota final será a média aritmética entre as duas notas recebidas.
Thiago Braga, gestor de área de Redação do Colégio pH, explica que o avaliador do Enem é treinado para as competências específicas da prova. Elas, embora exijam um bom desempenho dos alunos, não são absolutamente rígidas. Um exemplo é a questão dos erros de Norma Padrão, que somente são descontados se houver reincidência de um mesmo tipo de erro.
Os critérios de correção da redação são divididos em 5 competências:
Competência 1: Norma Culta
Devem ser respeitadas todas as regras da Norma Padrão. Os alunos, portanto, não podem se valer das estruturas coloquiais usadas no cotidiano.
Competência 2: Adequação ao tipo de texto, adequação ao tema e avaliação do uso de repertório
Aqui é importante que os alunos respeitem os padrões estruturais do texto dissertativo. Além disso, é preciso demonstrar ao corretor que o texto produzido está integralmente relacionado ao tema proposto. Por fim, o aluno deve, para alcançar a nota máxima, utilizar repertório sociocultural produtivo, ou seja, trazer ao texto alguma referência externa.
Competência 3: Argumentação
Nessa competência, são avaliadas as fundamentações feitas pelos alunos para sustentar o seu posicionamento diante da temática proposta.
Competência 4: Coesão Textual
Nessa competência, são avaliadas as conexões gramaticais e semânticas utilizadas pelos alunos para que o texto flua de maneira clara e compreensível.
Competência 5: Proposta de intervenção
Na última competência, avalia-se a proposta de intervenção feita pelo aluno para minimizar ou resolver a problemática apresentada pelo tema proposto. Uma boa proposta deve ser inédita e cumprir os requisitos exigidos pela banca: apresentar a ação, o agente, o modo ou o meio e a finalidade dessa ação.
Por fim, Thiago ainda faz um alerta especial para as competências 1 e 5: ''São as que costumam tirar mais pontos dos alunos'', diz.
*Matéria do estagiário Diego Cury, sob supervisão de Marlucio Luna
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