Por marta.valim
Cantareira registrou novo recorde negativo: o nível baixou de 12,7% para 12,5%Patricia Stavis

São Paulo -  Um documento divulgado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) cita oficialmente, pela primeira vez, a possibilidade de um rodízio de água este ano na região metropolitana de São Paulo. Metade dessas cidades são abastecidas pelo Sistema da Cantareira que nesta quarta-feira registrou mais novo recorde negativo: o nível baixou de 12,7% para 12,5%.

O Relatório Anual de Sustentabilidade de 2013, publicado no final do mês passado, afirma que medidas drásticas poderão ser tomadas. “Se as chuvas não retornarem a índices adequados e, consequentemente, os níveis dos reservatórios não forem restabelecidos, poderemos ser obrigados a tomar medidas mais drásticas, como o rodízio de água”.

O documento sugere que a escassez hídrica da Cantareira está relacionada à estiagem e ao baixo volume de água armazenado. “A seca se agravou no final de 2013 e início de 2014, com as precipitações bem abaixo da média histórica, resultando em uma redução do nível dos reservatórios durante a estação das chuvas, entre outubro e março, no Sistema Cantareira”, informa o texto.

Um inquérito civil do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) aberto esta semana vai apurar se houve erros de gestão da Sabesp. Há suspeita de falhas na precaução contra as adversidades climáticas. O contrato de outorga vence no próximo dia 5 de agosto e sua renovação é vista com cautela por parte da Agência Nacional de Águas (ANA). Na portaria sobre a atual outorga, emitida em 2004 pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) do estado, consta que a Sabesp deveria providenciar estudos e projetos para reduzir a dependência do Sistema Cantareira e garantir o abastecimento.

A assessoria de imprensa da Sabesp informou que está elaborando nota para comentar o assunto.

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