Por bruno.dutra
Rio - A capital paulista continua liderando o Produto Interno Bruto (PIB) entre os municípios, mas em ritmo cada vez menor, de acordo com a pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De 2009 para 2012, a participação da cidade na geração de riqueza do país caiu 0,6 ponto percentual, e responde agora por 11,4% do PIB brasileiro — equivalente a R$ 499,3 bilhões. O mau desempenho da indústria é um dos principais responsáveis por essa queda do município de São Paulo.
Os dados do IBGE revelam que, em 2012, apenas 57 municípios brasileiros — de um total de 5.565 — detêm cerca de metade do PIB nacional, que somou R$ 4,4 trilhões no ano. Além disso, 25% de toda a riqueza produzida no país vêm de seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus.
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Nos últimos 14 anos, o valor adicionado da indústria paulista — tudo o que o setor produz, desconsiderando insumos e impostos — caiu de 13,3% para 7,6%. Segundo o IBGE, esse cenário reflete tanto uma nova dinâmica empresarial, com a desconcentração dos polos industriais e a migração das unidades de produção para o interior, como o mau momento da indústria de transformação, especialmente na passagem de 2011 para 2012. 
Esse baixo desempenho em 2012 também foi responsável pelas perdas de participação no PIB de outros municípios. Entre eles, Manaus, que saiu de 1,2% para 1,1%, e São Bernardo do Campo (SP), que foi de 0,9% para 0,8%. No município paulista, os maiores impactos para a perda de participação do PIB vieram da indústria automotiva e os ramos ligados a ela, além da indústria de artigos de perfumaria e cosméticos.
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Por outro lado, o crescimento significativo da indústria extrativa colaborou com a renda de municípios com economias ligadas às commodities minerais, como nos estados de Rio de Janeiro e Espírito Santo. No Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes viu sua participação no PIB passar de 0,9% em 2011 para 1,0% em 2012.
Na mesma dinâmica, vêm Cabo Frio (0,23% para 0,28%), Rio das Ostras (0,22% para 0,26%) e Macaé (0,30% para 0,33%). No Espírito Santo, o destaque veio de Presidente Kennedy, que saltou de 0,10% para 0,12%.
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Capitais contribuem menos com o PIB nacional
Embora bastante significativas para a economia do país, as capitais tiveram uma queda na participação relativa na riqueza nacional em 2012, ficando em 33,4%. No início da série, em 1999, elas geravam 38,7% do PIB. Nos últimos cinco anos, sete capitais se mantiveram fixas na liderança do ranking de contribuição: São Paulo, Rio, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Manaus e Porto Alegre.
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Na comparação regional, o Sudeste é responsável pela geração de 55,2% do PIB brasileiro, com destaque para os estados de São Paulo, que detém 32,1% de participação, e Rio de Janeiro, com 11,5% — pela primeira vez, o Estado do Rio ultrapassou o município de São Paulo (11,4%) em participação do PIB. Na lanterna, está a Região Norte, com 5,3%.
Também é do Sudeste o posto de região que mais concentra renda no país. O Índice de Gini (que vai de 0 a 1; quanto mais baixo, menor a concentração de renda) está em 0,88, acima do indicador nacional (0,86). O Sul tem a menor concentração (0,79).
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