Por douglas.nunes

O Brasil e México acertaram a renovação de um acordo de comércio automotivo entre ambos até 2019, evitando a entrada em vigor de um regime de livre comércio do qual o governo federal afirma que o Brasil ainda não está preparado para participar, apesar do cenário cambial mais favorável às exportações do país.

Ambos os países definiram a cota de exportações de veículos leves entre eles em US$ 1,56 bilhão para o primeiro ano, valor que cresce 3% anualmente até a expiração do acordo em 2019. Exportações acima desse limite pagarão tarifa de 35%.

O tratado anterior, assinado pelos países em 2012 após queixas brasileiras, tinha um limite anual de cerca de US$ 1,5 bilhão e previa a entrada em vigor do livre comércio de veículos leves após a expiração em 19 de março.

O México defendia o livre comércio, mas diante da crise vivida pelo setor automotivo brasileiro, o governo federal pressionou pela prorrogação do regime de cotas.

"(O novo acordo) continua tendo a previsão de livre comércio após os quatro anos", disse o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, a jornalistas durante a assinatura do novo pacto. "O simples fato da renovação do regime de cotas pressupõe a aceitação do próprio México. Esse regime ainda é o melhor em atender as duas partes", disse o ministro.

O ministro da Economia do México, Ildefonso Guajardo, afirmou que seu governo entende os desafios enfrentados pela economia brasileira e que o acordo torna os negócios mais previsíveis em ambos os países.

No ano passado, o México superou o Brasil, se tornando o maior fabricante de veículos na América Latina, mas o Brasil continua sendo um dos cinco maiores mercados do mundo.

O presidente da associação de montadoras de veículos do Brasil, Anfavea, Luiz Moan, afirmou que a entidade defendia o livre comércio "em princípio". "Mas temos que entender de forma pragmática o momento pelo o qual passa a economia brasileira", disse Moan.

"Foi um acordo adequado para que possamos nos preparar em termos de competitividade", acrescentou, afirmando que as indústrias de ambos os países seguem discutindo a inclusão de caminhões no acordo.

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