Marcada pela morte trágica de Eduardo Campos, disparada e queda de Marina Silva e um segundo turno “baixo nível” e “terrorista”, de acordo com palavras dos próprios candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), a eleição mais acirrada desde 1989 teve seu resultado conhecido por volta das 20h30m deste domingo, 26 de outubro. Com 99% das urnas apurada, a petista ultrapassou Aécio, que havia saído na frente na segunda etapa da eleição, e se reelegeu com 51,57% dos votos válidos, contra 48,43% do tucano. Com a vitória, o Partido dos Trabalhadores vai permanecer por 16 anos à frente do Governo Federal.
A reta final da disputa foi marcada por uma disputa judicial entre Dilma e a editora Abril por conta de uma matéria publicada pela revista Veja às vésperas da votação, que citou um depoimento de Alberto Yousseff no qual o doleiro afirmava que a presidenta e Lula sabiam do esquema de desvio de dinheiro na Petrobras. Sem provas contundentes das acusações, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que Dilma terá direito de resposta – a revista terá que publicar o texto no mesmo lugar e tamanho da capa e da edição desta semana.
Nascida em Belo Horizonte, Dilma Rousseff, 66 anos, é economista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Filha de um imigrante búlgaro e de uma professora, ela deixou a capital mineira em 1970 para integrar organizações de esquerda, como o Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Foi presa em 1970 pela ditadura militar e passou quase três anos no Presídio Tiradentes, na capital paulista, onde foi torturada.
Em 1973 deu início a sua carreira pública em Porto Alegre (RS). No fim do governo militar, se dedicou à campanha pela anistia e ajudou a fundar o PDT no estado. Em 1986, assumiu seu primeiro cargo público - o comando da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre, convidada pelo então prefeito Alceu Collares.
Em 1993, Dilma assumiu a Secretaria de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul, cargo que ocupou nos governos de Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT). Em 2000, Dilma trocou o PDT pelo PT. No primeiro mandato de Lula, foi nomeada ministra de Minas e Energia. Em 2005, Dilma assumiu a chefia da Casa Civil e ficou responsável pela administração do programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida.
Deixou a pasta em abril de 2010, quando teve sua candidatura à Presidência da República oficializada. No mesmo ano, venceu José Serra (PSDB), no segundo turno, com mais de 56 milhões de votos. Em seu governo, a petista manteve as principais bandeiras do governo Lula como o Minha Casa, Minha vida e Bolsa Família.