Por monica.lima
Segundo Abrahão José Kfouri Filho%2C antigo delegado-geral%2C Paulo Skaf (foto) se comprometeu a%2C caso eleito%2C não nomear Antônio Ferreira Pinto para a secretariaMurillo Constantino

* Por Leonardo Fuhrmann, interino

Candidato ao governo paulista, o empresário Paulo Skaf (PMDB) teria aceitado o veto dos policias civis ao ex-secretário de Segurança Pública Antônio Ferreira Pinto. A informação foi divulgada por Abrahão José Kfouri Filho, antigo delegado-geral e ex-presidente da Associação dos Delegados do Estado. Segundo ele, o candidato se comprometeu a, caso eleito, não nomear Ferreira Pinto para a secretaria. Vice na chapa de Skaf, o criminalista José Roberto Batochio (PDT) também teria participado da conversa. Kfouri alega que só aceitou o convite para ser um dos consultores do peemedebista para a elaboração do programa de governo depois do candidato assumir o compromisso de não entregar a pasta a quem “exerceu cargo de confiança” no atual governo tucano.

Em carta publicada em grupos fechados de delegados da polícia paulista, Kfouri fala a colegas “justificadamente temerosos” de que pessoas “prejudiciais” aos interesses dos delegados poderiam ter “voz ativa” em um eventual governo Skaf. Ele relata a preocupação com três integrantes da equipe de campanha, “especialmente uma delas”, possivelmente se referindo a Ferreira Pinto. Kfouri destaca sua amizade com Batochio, que foi advogado da associação de delegados, defendeu a aprovação da PEC-37 (que tentava dar poder exclusivo aos policiais para fazerem investigações criminais) e “não morre de amores pela PM e pelo MP”. O delegado aposentado faz críticas às condições de trabalho e à política de segurança pública do governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, e retrata “disputas corporativas constantes” entre as duas polícias.

Negativa oficial

A assessoria do presidente licenciado da Fiesp desconhece a carta de Kfouri e afirma que Skaf ainda não discute nomes para um eventual governo. O único convite foi para que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles assuma a secretaria da Fazenda em caso de vitória do peemedebista.

Relação difícil

Procurador de Justiça, Ferreira Pinto foi oficial da PM antes de ingressar no MP. Em sua gestão, ele teria retirado o poder de apuração das organizações criminosas que atuam no Estado da Polícia Civil e passado para a Rota, apesar da falta de atribuição legal dos militares para fazer investigações.

Assessor na Fiesp

Depois de deixar o cargo no governo de Alckmin, Ferreira Pinto se tornou assessor estratégico de Paulo Skaf na Presidência da Fiesp para assuntos relativos à segurança pública. Agora, ele é candidato a deputado federal e participa das discussões sobre o programa de governo do peemedebista.

Divisão na bancada da bola do PT

Colegas de PT e no conselho do Corinthians, o deputado federal Vicente Cândido e o ex-presidente do clube Andres Sanchez, candidato a uma vaga na Câmara, estão afastados. Foi Cândido quem convenceu Andres e se filiar ao PT em 2009. No ano seguinte, o dirigente corintiano apoiou a eleição do parlamentar. Ambos eram tidos como aliados do magnata russo Boris Berezovsky e de Kia Joorabchian. Os estrangeiros investiram no Corinthians via MSI, durante a gestão de Alberto Dualib.

Você pode gostar