O almoço-debate ontem do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em São Paulo, deveria ajudar a turbinar a candidatura do presidenciável tucano Aécio Neves. Foram convidados para falar, a uma plateia de 602 empresários, dois líderes de peso do PSDB: o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, já anunciado como ministro da Fazenda de Aécio, caso o tucano consiga chegar ao segundo turno e vença as eleições. O presidente do Lide, João Dória, defendeu enfaticamente FHC dizendo ter “orgulho de seu governo” e “nenhum” dos governantes que o sucederam. Consultados, um a um, os empresários, no entanto, não se mostraram tão otimistas com o futuro do presidenciável tucano.
Ao responderem sobre quem imaginam ser o vencedor das próximas eleições, 53% dos presentes responderam: Marina Silva (PSB). Em segundo, veio Aécio com 35% e, depois, Dilma Rousseff (PT), com 12%. FHC tomou cuidado com as palavras, mas deixou transparecer que, em sua opinião, faltaria mais agressividade à campanha de Aécio. Ao responder a um empresário se não estaria faltando mais indignação diante de supostos “desmandos” no País, disse que sim. “Não estou reclamando. Mas é preciso mais energia e indignação”. E concordou ser necessária uma “maior dramatização” para responder ao quadro político atual. “Mas se o Aécio vai fazer, é um problema dele”. O ex-presidente evitou se posicionar claramente sobre um suposto apoio do PSDB a Marina no segundo turno. Para ele, Aécio “deve continuar lutando”.
Ex-ateu
FHC, que foi chamado de ateu em campanha à prefeitura de São Paulo, em 1986, recorreu ontem a Deus ao ser perguntado se acreditava na honestidade de Lula. “Não sou padre confessor. Ele terá de falar com Deus”. Na época, FHC titubeou ao responder se acreditava ou não em Deus.
Mudança em SP
Integrantes da campanha de Paulo Skaf (PMDB) ao governo de São Paulo dizem ter pesquisas em mãos que mostram o governador Geraldo Alckmin (PSDB) em queda. E ligeiros crescimentos do candidato e também de Alexandre Padilha (PT). Por ora, insuficiente para garantir o segundo turno.
Projeção do PSD
Em entrevista à TV IG, o candidato do PSD ao Senado em São Paulo, Gilberto Kassab, avaliou que seu partido deve eleger 50 deputados federais, cinco senadores e três governadores. Os governadores com chances são Raimundo Colombo (SC), Robinson Faria (RN) e Lucas Barreto (AP).
Lula nas campanhas proporcionais
Disputado entre os concorrentes ao Senado e governos estaduais, o ex-presidente Lula arrumou tempo para gravar depoimentos também para alguns candidatos a deputado. Mas só os mais chegados. Em São Paulo, foram escolhidos os estaduais Luiz Fernando Teixeira e Ana do Carmo, ambos de São Bernardo, terra de adoção de Lula. Luiz Fernando é cartola do time da cidade, único da região no Paulistão. Lula destaca ainda a experiência empresarial do postulante.
Discurso destaca trajetória de ex-operária
Sobre Ana do Carmo, o depoimento de Lula é mais emocional. Lembra que a candidata à reeleição também foi operária e, “ainda jovem” participou junto com ele das greves dos metalúrgicos nos anos de 1979 e 1980. Destaca “a tradição de luta em defesa do trabalhador” e a ligação dela com os movimentos populares e a mobilização nos bairros.