Por bruno.dutra

O presidenciável do PSDB Aécio Neves manterá prestígio em seu partido caso consiga chegar ao segundo turno para a disputa com a presidenta Dilma (PT). Mesmo no caso de eventual derrota. Mas, se ficar fora do segundo turno, com votação abaixo de 20%, estará bastante enfraquecido, avaliam tucanos. A possível derrota devolverá espaços para os dois líderes do PSDB paulista: Geraldo Alckmin, governador e candidato à reeleição, e José Serra, ex-governador e candidato ao Senado. Vitoriosos nas urnas (e são favoritos no momento), os dois se credenciam para assumir o controle do partido e conquistar a vaga de candidato ao Palácio do Planalto, em 2018. Alckmin seria um nome mais natural, mas Serra não desistirá desse sonho, alerta um político paulista que o conhece muito bem.

Há uma guerra surda no PSDB paulista. Formalmente aliados, Alckmin e Serra raramente participam de atividades de campanha juntos. Num recente evento com Aécio em Campinas, por exemplo, Alckmin não apareceu e Serra chegou depois do discurso do presidenciável. No PSDB paulista, os campos hoje estão bem posicionados. Alckmin está mais alinhado a setores conservadores e Serra, mais à esquerda.

Os dois grupos se preparam para a disputa à prefeitura paulistana, em 2016, e já lançam seus nomes. Alckmin deve optar entre os deputados estaduais Bruno Covas e Samuel Moreira (presidente da Assembleia). Serra deve indicar o senador e vice de Aécio, Aloysio Nunes, ou o vereador Andrea Matarazzo. Com os dois de olho em Brasília, a batalha por espaços deve se acirrar ainda mais. Hoje, a vitória de um não interessa ao outro.

Na mesma moeda

Comparada por Dilma ao ex-presidente Collor por não ter base eleitoral, Marina devolve na mesma moeda. Comparou o estilo da campanha petista ao de Collor e disse que Dilma atribui a ela medidas que pretende tomar. Como Collor dizia que Lula confiscaria as poupanças e, no fim, ele confiscou.

Família de bem com candidata

A decisão da viúva de Eduardo Campos, Renata, de ir à TV pedir votos para o candidato a governador do PSB em Pernambuco, Paulo Câmara, e não citar o nome de Marina, foi baseada em pesquisas que indicavam a necessidade de fortalecer a campanha estadual, por causa do crescimento de Armando Monteiro (PTB). É o que garantem dirigentes do PSB no Estado. Familiares e políticos próximos de Eduardo Campos dizem não ter problema com Marina e lembram que estão afinados com o seu vice, Beto Albuquerque - e contra a posição do presidente do partido, Roberto Amaral -, na disputa interna por conta da escolha da nova direção nacional.

Vice de Marina: governo terceiriza

Vice na chapa da presidenciável Marina Silva, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) diz que o governo da presidenta Dilma Rousseff (PT) deve tomar cuidado quando critica as terceirizações, pois costuma usá-la para fazer muitas contratações. Lembra como exemplo que a grande maioria dos ministérios, em Brasília, usa o serviço de empresas que oferecem mão de obra para realizar atividades como a faxina e segurança dos prédios.

Randon é usada como exemplo de crise

Para criticar a política industrial do atual governo, Beto Albuquerque tem usado o exemplo da metalúrgica Randon, de Caxias do Sul (RS). A empresa reduziu a jornada de trabalho por três meses em troca de manter os empregos. Segundo ele, os funcionários tiveram de abrir mão de parte dos salários por conta dos dias que não vão ao trabalho.

Com Leonardo Fuhrmann

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