Por douglas.nunes

A tendência hoje dentro da Rede, grupo liderado pela presidenciável Marina Silva (PSB), é pela neutralidade no segundo turno. O argumento é que nenhum dos dois partidos que se enfrentam nesta fase da disputa representa os ideais do grupo, que deve oficializar sua decisão em uma reunião por teleconferência amanhã. Um de seus integrantes destaca a questão ambiental como um dos motivos para a decisão de não apoiar o candidato do PSDB. Minas, governada por Aécio Neves e seus aliados há mais de uma década, concentra os piores índices do País no tema. Segundo o aliado de Marina, os dados de desmatamento mineiros chegam a ser mais graves até do que nos estados amazônicos. São Paulo, governado por tucanos há pelo menos duas décadas, sofre com a grave crise hídrica.

Para a Rede, os resultados da eleição demonstram que o grupo tem razão ao apontar um desapontamento da população com a política tradicional, mesmo com os resultados positivos que alguns líderes conservadores conseguiram. Para um de seus integrantes, o descontentamento pode ser constatado pelo alto índice de abstenções e votos brancos e nulos. Avaliam que, ao se juntar a Aécio ou Dilma, a Rede perderia interlocução com esse eleitorado. Redistas citam como exemplo o Podemos, partido formado na Espanha, que obteve cinco cadeiras no Parlamento Europeu, quatro meses depois de ser criado. Em 2011, o conservador PP, do primeiro-ministro Mariano Rajoy, conseguiu vencer uma eleição com alta abstenção. A avaliação foi que a descrença com o discurso político tirou mais votos da esquerda do que dos políticos de direita na disputa.

Pai e filho influentes

Eleito vice-governador de São Paulo, o deputado Márcio França (PSB) usou a proximidade com a nova equipe do Palácio dos Bandeirantes para ajudar a eleger o filho Caio França deputado estadual. Em material enviado a eleitores, lembrava que o jovem terá um canal direto com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo ele, com isso, poderá conseguir mais benefícios para São Vicente, cidade no litoral paulista que é reduto dos França.

Marineiros comemoram derrota de Penna

Apesar da tristeza com a derrota de Marina, militantes da Rede arrumaram um motivo para comemorar o resultado da disputa de domingo. O deputado federal José Luiz Penna (PV-SP) não foi reeleito. Presidente nacional do partido, ele é apontado como o principal responsável pela saída de Marina do PV, após a eleição de 2010.

Petistas desconfiados de pesquisas

A campanha derrotada do petista Alexandre Padilha ao governo de São Paulo listou cinco eleições seguidas em que institutos de pesquisa deram índices de voto divergentes ao PT entre a última pesquisa, a boca de urna e o resultado final. Líderes do partido disseram estranhar, agora, o fato de Padilha aparecer no último levantamento, às vésperas da eleição, com 13%, alcançar 20% na boca de urna e, ao final, ter 18%. Em média, o PT teria tido entre cinco e oito pontos a menos nas últimas pesquisas - em relação às votações finais -, de acordo com dirigentes do partido. Padilha disse não acreditar em má-fé, mas acha que algo precisa “ser revisto”.

Psol perto da meta

O Psol chegou perto de sua meta de dobrar o número de deputados federais. Atualmente, são três. Chegou a cinco. Reelegeu os dois do Rio (Chico Alencar e Jean Wyllys) e o de São Paulo (Ivan Valente). Conseguiu mais um no Rio (Cabo Daciolo) e um no Pará (o ex-prefeito de Belém Edmílson Rodrigues).

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