Por douglas.nunes

A direção do PT de São Paulo não quer polemizar com Eduardo Suplicy - derrotado na disputa pela reeleição ao Senado - e evitou responder oficialmente às reclamações de aliados do senador sobre o fato de o partido não destinar recursos para a sua campanha. Reservadamente, um dirigente do PT disse que ninguém fará balanço da campanha agora, justificando que o momento “exige a união de forças para eleger Dilma”. Somente após o dia 30 de outubro, eventuais problemas na campanha serão analisados, informou o dirigente. Petistas próximos a Suplicy disseram que não houve qualquer repasse de recursos ao candidato, que perdeu a disputa com o ex-governador José Serra (PSDB). O senador teve de buscar doações sozinho.

Ainda foi obrigado a dividir com o partido gastos da campanha ao governo. O custo total da campanha petista ao Senado foi R$ 3 milhões. E houve um déficit de R$ 560 mil. O PT ofereceu apenas um aparelho celular ao candidato. Para a direção petista, Suplicy errou ao não ter aceito a proposta de concorrer à Câmara dos Deputados e ajudar a puxar votos para a bancada petista. Dirigentes reclamaram ainda de assessores do senador não serem filiados nem contribuírem com o PT. Afirmaram que Suplicy não é um petista orgânico, “não ajuda nem obedece ninguém e age por conta própria”. Há reclamações de que ele frequentemente coloca o partido em situações delicadas, como ao trazer ao Brasil a blogueira cubana Yoani Sanchez e ao defender que o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, fosse depor no caso Celso Daniel.

Defensor de Marina

Dirigentes do PT também reclamam de Suplicy por não criticar o adversário José Serra e pedir para que o partido não atacasse a então presidenciável Marina Silva (PSB), alegando que ela pediria votos para ele. Na campanha, Marina apoiou Serra, lembram petistas.

PP escapou

Nas avaliações sobre a derrota de Alexandre Padilha na disputa ao governo de São Paulo sobraram críticas também à presidenta Dilma e a Lula, por terem deixado escapar o apoio do PP para Skaf (PMDB). Lula e Dilma teriam liberado a ida dos pepistas, a fim de agradar o vice-presidente Michel Temer.

Direita, volver

O cientista social Wagner Iglecias, da USP, avalia que o conservadorismo se manifesta mais em São Paulo do que em outros lugares porque “há aqui uma ideia meio generalizada de que as pessoas dependem pouco do Estado e das políticas sociais e o Poder Público atrapalha”.

Rede propõe ‘sabedoria’ para escolha

Integrantes da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, esperam que o grupo tome uma decisão com “sabedoria” sobre apoiar ou não Aécio Neves no segundo turno da disputa presidencial. Avaliam que será necessária também uma correta avaliação política na busca de solução que não crie mágoas e frustrações dentro do partido, ainda nem constituído oficialmente. Os ânimos entre os aecistas e os contrários aos tucanos ficaram exaltados durante as conversas iniciais.

Líderes do PSB temem os pernambucanos

Líderes do PSB temem o poder dos pernambucanos do partido, independentemente de posições próximas do PT ou PSDB. Argumentam que o partido foi presidido durante mais de 20 anos por Eduardo Campos e seu avô Miguel Arraes. Agora, não há nenhum líder no Estado com tais características e, por isso, defendem Roberto Amaral no comando.

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