Por monica.lima
O distanciamento de Marta Suplicy do PT é crescenteJuliane Oliveira/Divulgação

Isolada, a ex-ministra da Cultura Marta Suplicy, que pediu demissão, não tem apoio no PT nem do ex-marido, o senador Eduardo Suplicy. Ele defendeu o direito dela reivindicar prévias para a escolha do candidato petista a prefeito de São Paulo, mas, caso o pedido seja atendido, votará no atual prefeito, Fernando Haddad. Para o senador não reeleito, não há motivos para Haddad deixar de ser candidato, “pois vem realizando um bom trabalho”. Marta também é senadora e voltará ao cargo. Se não houver o processo de escolha, ela ameaça ir para o PMDB. O distanciamento de Marta do PT é crescente. A direção do partido tentou, durante a campanha deste ano, uma reaproximação com ela. Para isso, pediu ajuda a parlamentares da corrente Novo Rumo, que reunia seus aliados. Foi em vão. Marta não os atendeu.

O mal-estar aumentou quando Dilma, candidata à reeleição, fez uma carreata na zona sul da capital paulista. A ex-prefeita foi preterida no carro principal, onde ficou a presidenta, acompanhada do senador Antonio Carlos Rodrigues (PR). Ele é suplente de Marta e estava em seu reduto . Furiosa, a então ministra bateu boca com o presidente do partido, Rui Falcão, que foi seu secretário de Governo na cidade. Depois do incidente, a ex-ministra só voltou a participar de um evento da campanha no encontro na PUC-SP com artistas e representantes de movimentos culturais. O ato foi organizado pelo secretário municipal de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, que foi ministro de Lula e se tornou o interlocutor de Dilma com o setor. Marta chegou atrasada e foi recebida sem animação pela candidata e pelo ex-presidente, o que só alimentou as mágoas recíprocas.

Novo Rumo pela continuidade

Os cinco vereadores do Novo Rumo em São Paulo - José Américo, Donato, Juliana Cardoso, Reis e Vavá - divulgaram uma nota de apoio ao prefeito Fernando Haddad para enfraquecer os comentários de que o grupo poderia apoiar a tentativa de retorno de Marta Suplicy à prefeitura. Lembram que Haddad sequer chegou à metade do mandato e afirmam estar empenhados em ajudá-lo a completar o mandato com sucesso e se habilitar para a disputa da reeleição. O grupo se diz empenhado em “construir as condições necessárias” para que isso aconteça e considera “prematuras as especulações” sobre a sucessão municipal.

Baixo risco

Pelo entendimento atual do Ministério Público Eleitoral, Marta Suplicy não corre o risco de perder o mandato caso troque de partido, inclusive por outro já existente. Considera que o voto em eleição majoritária é do eleito. O precedente foi a troca da senadora Kátia Abreu do PSD pelo PMDB.

Ministério deve ser extinto

O Ministério da Ciência e Tecnologia, antigo reduto do PSB, deve ser extinto na reforma ministerial. A intenção é que volte para o Ministério da Educação, com status de secretaria. A decisão preocupa a comunidade científica. A avaliação é de que a já conhecida falta de recursos para o setor tenderá a aumentar. Se não há dinheiro para pesquisas, imagine voltando a ser apêndice da pasta original, reclamam integrantes do próprio governo.

Câmara: Picciani cogitado por petistas

Entre Eduardo Cunha (RJ) e um representante do PT para a presidência da Câmara, deputados petistas defensores de um nome alternativo do PMDB para o cargo sugeriram um parlamentar próximo do governador eleito do Rio, Pezão. A ideia é que o escolhido não tenha ligações com Cunha, o líder peemedebista. Nesse perfil caberia, segundo um petista, o deputado reeleito Leonardo Picciani, filho de Jorge Picciani, presidente do PMDB do Rio.

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Com Leonardo Fuhrmann

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