O governo não quer o líder do PMDB Eduardo Cunha (RJ) como presidente da Câmara, mas ainda espera o desenrolar de conversas e negociações para jogar todas as forças no nome de seu candidato – o vice-presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ou Marco Maia (PT-RS), ex-presidente. Se apostar todas as fichas em Chinaglia ou Maia e perder, a situação ficaria muito complicada, avaliam parlamentares petistas. Para o Executivo, só vale entrar no jogo se for para ganhar. Cunha não é considerado um aliado do governo e nunca vai ser. Mas há, até entre petistas, quem acredite que ele possa ser menos oposicionista. Dependeria, talvez, de eventuais intervenções do vice-presidente da República, Michel Temer, e de outras negociações com seu partido.
No momento, Cunha se aliou ao governo, por exemplo, para aprovar o projeto de redução da meta do superávit primário. Uma parte da bancada do PT que convive muito bem com os peemedebistas, sugere para a presidência da Câmara um nome do PMDB que não seja o de Cunha ou de um aliado direto do parlamentar carioca. Seria uma forma de negociar uma saída honrada para os dois lados. Não se tem falado muito dessa proposta, mas ela vem sendo debatida. “Há muitos que defendem essa posição”, assegura o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Outra questão que se discute é a possibilidade de Chinaglia (o nome petista considerado mais forte) não desejar concorrer por não estar seguro das chances de vitória. Uma derrota do antigo líder do Governo e ex-presidente da Casa seria bastante dolorida para o partido e também para a presidenta Dilma.
Produto indígena
O Governo Federal lançou ontem o selo de identificação de alimentos produzidos por comunidades tradicionais indígenas. Já haviam sido criados outros dois similares, para produtos de comunidades quilombolas e agricultura familiar. A portaria foi assinada pelo ministro Miguel Rossetto.
Vitória de perdedor
Entidades da sociedade civil se manifestaram contra a possibilidade de Joaquim Levy e Katia Abreu serem ministros do novo governo Dilma. O argumento é que ambos representam o projeto derrotado nas urnas. Entre os signatários, estão João Pedro Stédile e Leonardo Boff.
Secretária Renata
A viúva do ex-governador Eduardo Campos, Renata, deve participar do primeiro escalão da gestão de Paulo Câmara em Pernambuco. O governador eleito ainda espera que ela escolha a área para atuar. Ele sugeriu que a ex-primeira-dama comande alguma secretaria na área social.
Para receber deputados da oposição
Com a base do PSD empenhada em colher as assinaturas para a criação do PL, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab espera ter o seu bloco estruturado no começo do ano que vem. A expectativa é que o partido novo atraia deputados descontentes dos partidos de oposição. Inicialmente, o PL vai atuar em conjunto com o PSD apenas no legislativo, mas a ideia é depois fazer a fusão de ambos. Assim, os deputados vão aderir ao PSD sem o risco de perder o mandato.
Momento de moderar o apetite
Apesar de estar empenhado na formação de um bloco com perfil governista, o PSD tem tomado o cuidado de não demonstrar muita sede por cargos nos ministério. A ideia é priorizar a indicação de seu presidente nacional, Gilberto Kassab, para o Ministério das Cidades, antes de ambicionar outros postos na administração federal. O partido já tem Guilherme Afif Domingos na Esplanada. Ele é o titular da Pasta de Micro e Pequenas Empresas.
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Com Leonardo Fuhrmann