Grupo reúne parlamentares do Brasil e de outros países da América Latina e Europa. O objetivo é pressionar o Congresso dos Estados Unidos para acabar com as sanções econômicas à ilha, ideia que esbarra em resistências de republicanos e setores dos democratas
Por douglas.nunes
Um grupo de parlamentares progressistas de diversos países da Europa e da América Latina começa a se mobilizar agora para pressionar o Congresso Americano pelo fim do embargo comercial do país a Cuba. São os mesmos políticos que participavam das manifestações pela libertação de cinco agentes cubanos presos nos Estados Unidos por espionar organizações anticastritas de Miami, que são acusadas de planejar ataques contra a ilha. Para o deputado federal Renato Simões (PT-SP), integrante do grupo, com a decisão dos presidentes Barack Obama e Raúl Castro de retomar as relações diplomáticas e trocarem presos, resta agora o fim das sanções econômicas, uma decisão que cabe ao Parlamento dos Estados Unidos. Ele acredita que a proposta terá dificuldades para passar.
Sem apoio dos republicanos, o fim do embargo encontra resistências mesmo entre os democratas. Em junho, o deputado brasileiro se reuniu, nos Estados Unidos, com congressistas democratas mais progressistas. “A expectativa deles era que Obama anunciasse o reatamento com Cuba depois das eleições parlamentares e antes do anúncio dos candidatos democratas à sucessão presidencial, o que de fato ocorreu”, afirma. No começo do ano, Simões embarca para Cuba, onde deve se encontrar com os cubanos que foram colocados em liberdade. Ele também deve se reunir com outras personalidades do regime cubano para conversar mais sobre o andamento do diálogo entre os países. Uma das preocupações dos movimentos sociais é com a situação de Assata Olugbala Shakur, integrante dos Panteras Negras exilada na ilha desde 1980.
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Mais um ministeriável da Mensagem
Com três representantes no primeiro escalão do novo governo (na Justiça, Relações Institucionais e a Secretaria-Geral), a corrente petista Mensagem ao Partido espera emplacar mais um ministro: o deputado fluminense Alessandro Molon. Ele é visto como uma alternativa ao senador Jorge Viana (AC) para assumir o Meio Ambiente. Tido antes como nome certo para o cargo, Viana irritou a presidenta Dilma ao fazer críticas públicas ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Relator do Marco Civil da Internet na Câmara, Molon é visto também como uma alternativa para a Secretaria de Comunicação Social, pelo seu trabalho para aprovar o projeto.
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Fora de São Paulo
Cotado para o Ministério da Cultura, Juca Ferreira se licenciou nesta semana do cargo de secretário municipal de Cultura da cidade de São Paulo. O afastamento é por tempo indeterminado, sem salário nem vantagens. A justificativa oficial é resolver “assuntos particulares”.
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Nomeações abrem vagas para o PCdoB
O PCdoB estima que a redução de sua bancada será menor do que apontou o resultado das urnas. O partido tem atualmente 15 deputados federais e dois senadores. Em outubro, o partido elegeu 10 deputados e manterá a senadora Vanessa Graziotin (AM), que está em meio de mandato. Inácio Arruda (CE) se despede do Senado agora. Mas, com as nomeações de novos secretários e ministros, a direção partidária estima que a bancada deva chegar a 13 ou 14 representantes.
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O impacto da ditadura na academia
A Fundação de Amapro à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) produziu um filme em três partes sobre o impacto do golpe militar no ensino superior. Estima-se que, no período, 300 professores universitários foram aposentados compulsoriamente ou exonerados por motivação política. O primeiro capítulo, disponível desde a semana passada na internet, traz os depoimentos da demógrafa Elza Berquó, do filósofo José Arthur Gianotti e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.