Por monica.lima
Apesar dos boatos, a equipe econômica de Dilma Rousseff deve aguardar o impacto dos primeiros ajustes para tomar novas medidasRoberto Stuckert Filho/PR

Por Leonardo Fuhrmann (interino) - lfuhrmann@brasileconomico.com.br

Apesar das resistências e críticas, os próprios partidos de esquerda que fazem parte da base da presidenta Dilma Rousseff (PT) compreendem as razões para a condução ortodoxa da economia. Um dos principais motivos apontados para isso até mesmo pelos principais adversários das medidas já anunciadas é a fragilidade do momento político, principalmente por conta do impacto que as investigações da Operação Lava Jato terão no Congresso, com a possibilidade de citação de diversos parlamentares de diferentes partidos. Políticos mais ligados às centrais sindicais de trabalhadores afirmam que vão lutar para garantir a manutenção de direitos adquiridos, mas acreditam que terão de aceitar e defender medidas de redução de gastos públicos e investimentos e de aumento de juros.
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O argumento é que, no momento, o governo deve se preocupar mais com a ameaça de crise no ambiente político e, por isso, a margem para ideias consideradas heterodoxas na questão econômica fica reduzida. “É melhor enfrentar um leão por vez”, brinca um deles. A expectativa é que, apesar dos boatos sobre novas medidas, a equipe econômica espere o impacto dos ajustes feitos antes de partir para outros, para não exagerar na dose. Se a tendência se confirmar, outros temas tratados como prioritários por setores do PT, como a regulação da mídia, também terão de ficar para outro momento. O PSDB já revelou que não deve dar tréguas no começo da nova legislatura e pretende começar a coletar hoje mesmo assinaturas para quatro CPIs, uma delas para seguir as investigações sobre a gestão da Petrobras, que já era alvo de apuração no mandato anterior.
Delegado convida colegas para oitiva
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Delegado de polícia em São Paulo, Carlos Alberto Augusto está divulgando a colegas e militares um convite para acompanharem o seu depoimento à Justiça Federal. “É a minha chance de dizer a verdade à sociedade”, afirma no texto que divulgou. Ao lado do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiava o Doi-Codi, ele responde a uma ação penal por sequestro e cárcere privado, crimes cometidos durante a ditadura. A vítima é um desaparecido político. Conhecido como “Carteira Preta” ou “Carlinhos Metralha” (segundo ex-presos políticos), o policial trabalhou durante os anos 1970 no Dops, com o delegado Sergio Fleury, a quem venera até hoje.
Ainda impune
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Carteira Preta consta na lista de torturadores feita por antigos presos políticos, mas nega ter participado da prática. Ele seguiu na Polícia Civil depois da redemocratização do País, assim como o delegado Dirceu Gravina, apesar de ambos serem acusados de violações a direitos humanos.
Dissidente da Rede fala no Vaticano
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Um dos líderes do grupo dissidente da Rede Sustentabilidade, o historiador Celio Turino deve estar nesta semana no Vaticano, a convite do Papa Francisco. Ele deve apresentar uma conferência sobre a experiência dos Pontos de Cultura em um seminário sobre Arte e Inclusão Social. Turino, que atualmente é um dos articuladores do Coletivo Avante, foi secretário de Cidadania Cultural quando o cantor Gilberto Gil foi ministro da Cultura, durante a gestão Lula.
Papa tem interesse por ação cultural
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Celio Turino conta que o Papa Francisco ficou sabendo sobre os Pontos de Cultura quando era bispo na Argentina, por causa de amigos que lhe falaram sobre a iniciativa. O sonho do líder religioso é criar um projeto nos mesmos moldes. Turino deixou o grupo da ex-presidenciável Marina Silva depois que ela declarou apoio ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) no segundo turno da eleição do ano passado e agora trabalha para transformar o Coletivo Avante em um partido político.
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