Por monica.lima
Deputado Rodrigo Maia é presidente da comissão que vai discutir a PEC 352/13Zeca Ribeiro/Agência Câmara

O DEM, partido do presidente da comissão instalada para discutir a PEC 352/13, Rodrigo Maia (RJ), tem uma preocupação especial com a reforma política proposta pelo projeto: a cláusula de barreira, presente no texto original, pode colocar em risco a sobrevivência do partido, que tem diminuído de tamanho. Atualmente, são 23 deputados. Há duas legislaturas, eram 70. Ontem, o vereador carioca Cesar Maia (DEM), pai do deputado federal, publicou um texto em seu blog em que defende a criação dos “distritões” para acabar com o voto proporcional e na legenda. Na última eleição, mais de 8 milhões de eleitores no País votaram em legendas. Os partidos que mais receberam votos desse tipo foram o PSDB e o PT. O vice-presidente Michel Temer (PMDB) é outro defensor público da proposta.

O DEM ficou com o comando da comissão graças a acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Como a relatoria ficou com Marcelo de Castro (PMDB-PI), o PT ficou fora dos cargos do colegiado, mesmo sendo a maior bancada. Oficialmente, Cunha alegou que era importante compor com a oposição. Mas é com o PT que ele tem a principal diferença em relação à reforma política. Os petistas são contra o financiamento privado, especialmente de empresas. Ex-líder do governo e representante do PT na comissão, Henrique Fontana (RS) chama o texto de “antirreforma política”, com o argumento de que o projeto pode liberar o financiamento por pessoas jurídicas, cujo impedimento já recebeu o voto da maioria dos ministros do STF. A votação está interrompida desde abril por um pedido de vistas de Gilmar Mendes.

Por campanha menos “cinematográfica”

Vice-presidente do PSB, o ex-deputado Beto Albuquerque (RS) diz que o partido é contra a criação do “distritão”, mas apoia outros pontos da proposta, como o fim das coligações na disputa proporcional e da reeleição, a unificação das eleições, os mandatos de cinco anos e a cláusula de desempenho. Sobre o financiamento de campanha, ele considera mais importante discutir um teto de gasto que torne a eleição mais equilibrada e os programas de TV “menos cinematográficos”. Vice de Marina Silva na disputa eleitoral do ano passado, Albuquerque defende um teto de um terço para a maior coligação na distribuição da propaganda no rádio e na TV.

Outra proposta

A líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ), não conseguiu o apoio dos líderes do DEM, PSDB e PMDB ao pedido de urgência para votação do Projeto de Iniciativa Popular que faz a reforma política, defendido por entidades como OAB e CNBB. O PCdoB vê a proposta como alternativa à PEC 352/13.

Mais um de saída da gestão Haddad

O secretário de Saúde da gestão de Fernando Haddad (PT) em São Paulo, José Filippi Junior, deve deixar o cargo até o final do ano para ser candidato a prefeito em sua cidade, Diadema, no ABC paulista. É tido pelo PT como o único nome de consenso no município. Filippi foi tesoureiro da primeira campanha de Dilma à presidência. Em Diadema, o secretário já foi prefeito por três mandatos. Atualmente, a cidade é administrada por Lauro Michels (PV), adversário do partido.

Senador no limite da crítica a Dilma

Crítico do governo Dilma, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) publicou nas redes sociais a sua posição contrária à possibilidade de cassação do mandato da presidenta. Diz que também não torceu pelo impeachment de Collor nem defendeu o "Fora FHC". Para ele, a retirada do poder de um presidente eleito não deve ser o desejo de um democrata. Ele sugeriu à presidenta uma agenda de consenso, autocrítica e a melhoria do comportamento ético do governo.

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Com Leonardo Fuhrmann

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