Por monica.lima

Por Leonardo Fuhrmann (interino) - lfuhrmann@brasileconomico.com.br

O PT sabe que tomou uma medida amarga na tentativa de recuperar a imagem do partido e que os frutos dela vão demorar para serem colhidos. A arrecadação de recursos para campanha exclusivamente com doações de pessoas físicas não é fácil, mesmo para quem se orgulha de ter em torno de 1,7 milhão de filiados. Ainda mais no momento que os petistas enfrentam, cercados por denúncias de corrupção e distantes dos movimentos populares.

O presidente do PT%2C Rui Falcão%2C apoiou a proposta de autofinanciamentoJose Cruz/ABr


Apesar de ainda ser o partido com maior número de simpatizantes no País, segundo pesquisas de opinião, é notável a perda de apoio ao PT em diversos setores da sociedade onde ele estava enraizado. A proposta de autofinanciamento era defendida principalmente por grupos mais à esquerda dentro do partido e ganhou força por conta dos apoios do presidente nacional, Rui Falcão, e do assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia, ambos da tendência majoritária do PT. Apenas dois integrantes do Diretório Nacional não votaram favoravelmente à resolução na última sexta-feira. A avaliação interna é que, para convencer as pessoas a apoiarem financeiramente o PT, seus dirigentes terão de ser mais duros com os envolvidos em escândalos de corrupção. Vão precisar ainda abraçar causas populares e recuperar o espaço perdido nas ruas. A dificuldade para fazer isso é lembrar que o PT agora é governo e, com um Congresso majoritariamente conservador, tem de fazer concessões para poder governar. O futuro do partido e do mandato da presidenta Dilma vai depender de como conseguirão se equilibrar entre esses dois lados.

Prato feito

Maior tendência interna do PT, Construindo um Novo Brasil (CNB) não abriu mão de escolher o novo tesoureiro nacional da legenda. O antigo titular, João Vaccari Neto, era do grupo. Ele se afastou do cargo depois de ter sido preso na Operação Lava Jato, que apura corrupção na Petrobras. A escolha do ex-deputado federal sergipano Márcio Macêdo, que era ligado ao ex-governador Marcelo Déda, foi tomada em uma reunião na noite de quinta-feira. E comunicada ao diretório nacional no dia seguinte.

Voz divergente

Único deputado de seu partido favorável à terceirização da mão de obra, Carlos Eduardo Cadoca (PCdoB-PE) foi cobrado pelos eleitores. A eles, afirmou que o texto aprovado não é o ideal, mas as emendas destacadas podem tornar o projeto bom. Cadoca é comunista desde 2013, antes passou pelo PMDB e PSC.

Sem sessão extra

A ala rebelde do PMDB e a oposição querem convocar o ministro José Múcio, do TCU, para explicar o suposto crime de responsabilidade do governo, ao patrocinar as "pedaladas fiscais" para fechar as contas públicas em 2014. A ideia era ouvi-lo na semana que vem, em uma audiência extraordinária da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Mas o presidente da comissão, o petista Delcídio do Amaral (MS), não pretende convocar uma reunião extra.

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