
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reuniu-se na hora do almoço de ontem com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e alguns líderes da Casa para discutir uma proposta de acordo visando a votação do novo indexador das dívidas de estados e municípios. Os dois lados saíram satisfeitos com o resultado da conversa, o que deixou Levy animado. Na semana passada, ele tivera uma reunião muito tensa com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Nas reuniões que fez, no final de semana, sobre as chances de aprovação do ajuste, sua avaliação foi pessimista. A expectativa de sua equipe era de que os conflitos potenciais com o Congresso poderiam dificultar muito a aprovação das medidas enviadas pelo governo.
No Senado, a conversa foi diferente. Levy recebeu bem a emenda de José Serra que permite o uso de recursos de depósitos judiciais pelos estados e municípios.
E começou a discutir ali mesmo mecanismos para unificação do ICMS, um assunto que interessa.
Turismo ou política?
O ministro Henrique Eduardo Alves está enfrentando sérias dificuldades para recrutar sua nova equipe do Turismo por duas razões: 1) colaboradores que gostaria de trazer da Câmara, onde atuou por 45 anos, ganham o triplo; 2) não recebeu um ministério categoria “porteira fechada” (total liberdade de preenchimento de cargos). A bancada do PMDB da Câmara, que apadrinha o ministro, busca uma solução. Caso contrário, ele não conseguirá cumprir a missão de integrante do time da coordenação de Michel Temer: fazer política.
Sem intermediários
Não foi nenhum dos inúmeros coordenadores políticos da presidente Dilma que operou a escalação de Delcídio do Amaral (PT-MS). Ela mesma ligou para Eunício Oliveira (PMDB-CE), o primeiro a ser sondado para o cargo. Uma maneira de alcançar Renan Calheiros por meio do canal mais adequado para lhe dar a boa notícia.
No atacado
O Supremo colocou no atacado uma mercadoria que o juiz Sérgio Moro vinha tratando como uma preciosidade para os envolvidos na Lava Jato: a prisão domiciliar. Até ontem, somente o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa havia sido beneficiado por esse instrumento jurídico-legal. Isso porque topou a delação premiada e contribuiu para as investigações. Moro não concedeu essa benesse nem para o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, que, segundo a sua defesa, sofre de transtorno bipolar.