Por monica.lima

É muito grande o medo da derrota por parte dos petistas que miram a eleição municipal do ano que vem. Motivos não faltam: 1) No ano passado, quando a popularidade do partido era de 40%, houve uma perda de 20 cadeiras na Câmara dos Deputados, um baque muito forte para quem conquistou o quarto mandato presidencial; 2) Os relatos dos parlamentares mais populares da legenda repetem o mesmo: eles são agredidos verbalmente nas ruas por eleitores indignados com as denúncias de escândalos e o cavalo de pau na política econômica, que passou a ser governada pelas ideias dos adversários; 3) a disputa de verbas durante a votação do Orçamento da União que chegará ao Congresso no segundo semestre será muito grande, refletindo a escassez na véspera do pleito, quando o normal é que haja fartura para azeitar a máquina municipal. A militância, principal arma eleitoral do partido, está cada vez mais desmotivada e os prováveis candidatos reclamam da falta de liga e de inspiração dos dirigentes para empurrar o time até a disputa. Nunca houve tanto desânimo e ausência de rumo a seguir.

Motivo oculto

A oposição acha que descobriu porque Planalto e sindicatos são contra o projeto de terceirização que está no Senado à espera de parecer do relator Eunício de Oliveira (PMDB-CE). Não é porque ele ameaça direitos dos trabalhadores. O verdadeiro motivo é o esvaziamento das entidades, principalmente daquelas que reúnem profissionais que atuam em atividades de estado, como petroleiros e professores. Se a lei passar permitindo a contratação para atividade fim, muitos trocarão de sindicato.

Fôlego

A Câmara só deverá concluir a votação do projeto que limita a desoneração tributária no final do mês e no Senado o processo só deverá terminar em setembro. Para entrar em vigor, será necessário cumprir espera de noventa dias, logo a entrada em vigor da lei ficará para janeiro de 2016, afetando sua contribuição para o ajuste.

Agenda positiva

Os investidores do setor de infraestrutura estão pessimistas com o novo programa de concessões que será lançado pelo governo na semana que vem. Não foram convidados para discutir o assunto com a equipe econômica e por isso não acreditam em mudanças substanciais nas regras em vigor desde 2003. Outro motivo de insegurança é o silêncio sobre o papel das agências reguladoras como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Esperam um pacote para alimentar a agenda positiva.

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