Por monica.lima

O Congresso vai aproveitar o recesso preparando-se para o enfrentamento com o governo, depois que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, elevou o tom de suas críticas ao PT e reiterou que a aliança com o PMDB acabou. O deputado está inconformado com a ameaça que a Operação Politeia representa ao mirar os políticos. Indiciado no inquérito da Lava Jato, tem se reunido com assessores para analisar as possibilidades jurídicas de sua atuação daqui para a frente. Sua reação deixou o governo preocupado, pois o presidente da Câmara é o juiz da admissibilidade do processo de impeachment e peça chave do exame das contas da presidente Dilma por parte do Congresso. O presidente do Senado, Renan Calheiros, seria um aliado natural, embora com outro estilo de ação política, caso Cunha leve adiante sua disposição para a guerra.

Troco

Foi um custo conter o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que queria retaliar a presidente Dilma Rousseff, a quem atribui a Operação Politeia. Cunha ameaçou aprovar o funcionamento das CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão e jogá-las contra o Planalto. Foi preciso o ministro Aloisio Mercadante entrar em campo pondo panos quentes. Vitorioso na missão de acalmar Cunha, o ministro falhou na abordagem com Renan Calheiros que já designou os integrantes da CPI dos Fundos no Senado.

Veja bem

A relação governo-base aliada é tão acidentada que, em recente reunião do conselho político, um parlamentar demostrou irritação ao ouvir discurso professoral de um poderoso ministro presente. Ouviu de volta algo do tipo tudo bem, ministro, a gente não discorda do mérito da ação política. As diferenças são de procedimento.

Puxão de orelha

O ministro Joaquim Levy não perdoa as rasteiras que o Congresso dá no seu plano econômico. Além de tudo, o primeiro semestre legislativo terminou sem que projetos importantes do ajuste fossem votados. Em recente reunião com empresários, o ministro provocou: "Quando o Banco Central aumenta meio ponto na taxa de juros, vocês criticam duramente, mas ninguém fala nada quando o Congresso faz das suas e aprova medidas contra o ajuste".

Economista do ano

Raul Velloso foi eleito "Economista do Ano de 2015" pela Ordem dos Economistas do Brasil. Consultor, ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, Velloso tem especialização em análise macroeconômica e finanças públicas. É Ph.D pela Universidade de Yale, dos EUA.

Você pode gostar