Brasília - A falta de entendimento para votar o pedido de crédito suplementar do governo de R$248,9 bilhões na Comissão Mista de Orçamento (CMO) no Congresso deixará aposentados do INSS e segurados que recebem Benefício de Prestação Continuada (BPC) preocupados. O presidente Bolsonaro voltou a usar as redes sociais no fim de semana para chamar atenção sobre o risco de não haver dinheiro para pagamentos. Segundo ele, sem acordo para aprovar valores extras os benefícios de idosos de baixa renda e pessoas com deficiência serão suspensos no dia 25 deste mês. Em seguida, seriam aposentadorias, cotas do Bolsa Família e do Pronaf a deixarem de ser pagas.
"Sem aprovação do PLN 4 pelo Congresso, teremos que suspender o pagamento de benefícios a idosos e pessoas com deficiência já no próximo dia 25. Nos meses seguintes faltarão recursos para aposentadorias, Bolsa Família, Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar], Plano Safra…", escreveu Bolsonaro no Twitter.
Ontem, em nova mensagem no Twitter, Bolsonaro criticou a oposição pela tentativa de obstrução. "Para alcançar seus objetivos vale até prejudicar os mais pobres", escreveu o presidente, citando publicação em que o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) comemorou a obstrução.
Na quarta-feira, depois de fracassar a tentativa para acordo sobre o parecer do deputado Hildo Rocha (MDB-MA) ao projeto de crédito suplementar, o presidente da CMO, senador Marcelo Castro (MDB-PI), suspendeu até amanhã a discussão do assunto.
Segundo a equipe econômica, a autorização do Congresso é fundamental para garantir o pagamento de subsídios e benefícios assistenciais sem descumprir a chamada regra de ouro, que impede a emissão de dívida para quitar despesas correntes, como salários.
Relatório da Reforma da Previdência deve sair amanhã
O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, informou ontem que o relator da Reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), deve apresentar amanhã um relatório “equilibrado”. O ministro explicou que o governo trabalha com a expectativa de aprovar a PEC 6 na Câmara dos Deputados ainda este mês, antes do recesso parlamentar.