Fiocruz - Josué Damacena (IOC/Fiocruz)
FiocruzJosué Damacena (IOC/Fiocruz)
Por O Dia

O mundo está sob emergência global de saúde pública. A OMS declarou ontem este estado para infecção por coronavírus. O Ministério da Saúde manteve o número de nove suspeitos no Brasil para a doença. Segundo a pasta, há um novo caso suspeito no Rio. No entanto, a situação divulgada na quarta-feira foi descartada. Porém, a Fiocruz ainda analisa as amostras do paciente. No entanto, a Secretaria Estadual de Saúde garante que não há registros de coronavírus no estado. O órgão informou que todos foram descartados por não apresentarem critérios clínicos. A secretaria alegou que os dados foram fechados às 16h de ontem, enquanto o boletim do ministério era referente às informações enviadas por estados até as 12h. No mundo, são mais de 8 mil infectados, e 212 mortos na China.

Com a declaração da OMS, a entidade poderá ajudar países subdesenvolvidos no combate e diagnóstico da doença. Segundo o delegado do Conselho Regional de Biomedicina, Raphael Rangel, a emergência da OMS não foi tomada pelo avanço de casos na China, onde o surto começou, mas para recomendar medidas que limitem o avança. "Os países terão treinamento para conter o vírus e a OMS informará quais protocolos devem ser adotados, como isolamento de regiões infectadas", explica.

Remédio e vacina

Pesquisadores chineses já estão testando remédios contra o vírus. Enquanto cientistas norte-americanos trabalham para desenvolver uma vacina, que deve ser testada em humanos em junho. Na Itália, dois casos da doença foram constatados. Um navio foi isolado perto do porto de Roma, porque dois passageiros chineses estavam com sintomas da doença, que já foi descartada. Os EUA informaram o primeiro caso de transmissão interna de coronavírus.

O ministério informou que o risco de infecção no Brasil continua como "perigo iminente" e só será elevado para o nível "emergência de saúde pública", se o primeiro caso for confirmado. A pasta divulgou vai avaliar novas recomendações da OMS após declaração de ontem.

Fiocruz analisa as amostras
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A Fundação Oswaldo Cruz recebeu amostras das mucosas da boca e nariz de pacientes suspeitos. Serão comparados a fragmento do vírus entregue pela Organização Panamericana de Saúde. Os resultados das análises ficam prontas entre 48 e 72 horas.
A expectativa é que institutos de todos os estados e do DF façam testes, depois de treinamento na Fiocruz. Técnicos do Adolfo Lutz (SP), e do Carlos Chagas (PR), acompanham pesquisadores do Rio. O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo Reis, e o secretário de Vigilância, Wanderson de Oliveira, visitaram os laboratórios. A partir da segunda será instaurar Sala de Situação para debater os casos no Brasil. O infectologista e pesquisador em saúde da Fiocruz, Fernando Motta, manda seguir a etiqueta respiratória.
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Rumores em Caxias
A modelo Renata Frisson, a 'mulher melão', postou foto de máscara
A modelo Renata Frisson, a 'mulher melão', postou foto de máscaraReprodução Internet
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Ontem, havia rumores sobre internação no Hospital Mario Lioni (Duque de Caxias) de um casal de chineses suspeito de contaminação. Uma foto, que mostra funcionários com máscaras cirúrgicas, circulou na internet. Tanto o hospital quanto a Secretaria Estadual de Saúde não confirmaram a suspeita. O hospital informou que oferece máscaras a pacientes. E que não houve orientação de funcionários usarem. 
Segundo o infectologista Alberto Chebabo, da UFRJ, não há justificativa para uso de máscaras no Rio, pois nenhum caso foi confirmado. Mas tem quem use, como Renata Frisson, a 'mulher melão', que postou foto no Instagram em um aeroporto. Segundo Chebabo, só há indicação para a proteção em casos de surto em locais de grande aglomeração. "Se a pessoa se sentir mais confortável, pode usar. Mal não faz".
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Tire suas dúvidas
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Como é transmitido?
Pelo ar ou contato pessoal com secreções contaminadas: saliva e espirro, ou contato pessoal próximo, como aperto de mão; e contato com objetos contaminados, seguido de levar a mão à boca, nariz ou olhos.
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Quais são os sintomas?
Os principais sintomas são febre, tosse e dificuldade para respirar.
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É preciso se preocupar com a importação de bens da China?
É pouco provável que o vírus seja capaz de sobreviver acima do tempo de transporte de mercadorias da China.
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Animais domésticos podem ser infectados?
O risco, neste momento, é com a transmissão entre pessoas. Não há, até agora, evidência de que qualquer animal no país possa transmitir.
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A pessoa pode transmitir o vírus mesmo sem apresentar sintoma?
Sim. Pelos dados apresentados até momento, o período de incubação do vírus pode variar de dois a 14 dias.
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Como o diagnóstico é feito?
A partir da coleta de amostras respiratórias.
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Qual é o tratamento?
Não existe uma medicação específica para o vírus. O tratamento é feito com base nos sintomas individuais.
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Procura por máscaras aumenta
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Os poucos casos suspeitos de coronavírus no Brasil aumentaram a procura por máscaras de proteção no Centro do Rio. A gerente de uma loja de material hospitalar, Fani Carvalho, comentou que está mais difícil conseguir o material com os fornecedores, por muitas das vezes não têm o produto disponível. Estariam aguardando as fábricas produzirem e os que têm elevaram os preços. "Torço para que os casos não se confirmem, ninguém quer uma doença dessas no Brasil", espera.
As máscaras mais comuns são as de três dobras, as conhecidas como descartáveis. O modelo, inclusive, é o que está sendo utilizado em larga escala pela população chinesa e é o mais procurado pelos cariocas. A máscara N-95 é semi-descartável e possui 95% de eficiência na filtração de partículas. O valor médio é de R$ 5,90.
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