Por marta.valim

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, chamou nesta quarta-feira de baderneiros os líderes dos grupos dissidentes da greve de ônibus no Rio e na Baixada Fluminense. “É uma categoria que tem mais de 40 mil motoristas e cobradores e a gente vê apenas 50 ou 100 pessoas fazendo baderna”, disse ele ao adiantar que 15 pessoas envolvidas em casos de violência foram presas ontem.

“Estamos investigando, vendo de onde vem esse movimento. Cada vez que eles enfrentarem, a nossa determinação é prender, levar para a delegacia quem está jogando pedra, depredando ônibus, quem está cercando avenidas. Esse vandalismo nós não vamos permitir” completou o governador pela manhã, durante a cerimônia de entrega dos títulos de posse e propriedade à 125 famílias em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

No Rio de Janeiro, 12 ônibus foram depredados nesta quarta-feira, sem feridos, de acordo com o sindicato das empresas de ônibus da capital fluminense, Rio Ônibus. Cerca de 40% dos quase 8,5 mil ônibus que circulam pela cidade já funcionam à tarde, segundo a Secretaria Municipal de Transportes. O secretário Alexandre Sansão afirmou que está investigando os casos de cobranças abusivas de passagens por vans. “Estamos identificando os responsáveis por cobrarem tarifas mais altas e os infratores poderão ser severamente punidos, inclusive com a perda da licença para operar”, disse o secretário.

A concessionária das barcas CCR informou que até as 10h houve aumento de 160% no fluxo de passageiros no trajeto Praça XV – Cocotá, Ilha do Governador, em relação à média (cerca de 3,7 mil usuários).

Na Baixada, dos 3 mil ônibus que circularam hoje, 12 foram alvo de vandalismo, como retrovisores quebrados, parabrisas e vidros, de acordo com a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor). A paralisação ocorreu apenas pela manhã e, a partir das 10h, 80% da frota de ônibus municipais e intermunicipais já operavam, segundo o sindicato dos rodoviários Transônibus, que representa 36 empresas de ônibus de seis municípios da Baixada– Nova Iguaçu, São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis, Japeri e Queimados.

O Transônibus declarou que não reconhece a legitimidade da paralisação, que assim como no Rio de Janeiro foi organizado por um grupo dissidente que não concorda com os acordos salariais feitos entre os sindicatos dos rodoviários e as empresas de ônibus. O grupo dissidente que liderou a paralisação na região não foi localizado.

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