Por diana.dantas

Brasília - O PT adiou nesta quinta-feira a definição de uma candidatura à presidência da Câmara e criou uma comissão de deputados que iniciará as negociações com os demais partidos aliados para encontrar um nome de consenso para enfrentar o candidato do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), na eleição em fevereiro de 2015.

Havia uma previsão de que a bancada poderia definir já nesta quinta um candidato do PT, mas os petistas avaliaram que nesse momento o lançamento de um nome não seria a estratégia correta e poderia inclusive favorecer Cunha.

A comissão formada pelos deputados Arlindo Chinaglia (SP), José Guimarães (CE), Vicentinho (SP), Marco Maia (RS) e Geraldo Magela (DF) vai se reunir na próxima terça-feira para definir um calendário de negociações e quando o partido anunciará uma candidatura.

Não está descartado, entretanto, o apoio do PT a um candidato de um partido aliado. Certo mesmo é que os petistas não pretendem apoiar Cunha, que é considerado um desafeto político do governo. A candidatura do peemedebista é vista como de oposição pelo Executivo.

"A iniciativa do líder Eduardo Cunha, que nós respeitamos, foi no sentido de isolar o PT e, portanto, essa responsabilidade cabe exclusivamente a ele", disse Chinaglia a jornalistas.

Vicentinho disse que "a bancada está cada vez mais convencida que nós devemos ter um candidato nosso". "Não para impor, mas para dialogar com as outras bancadas", acrescentou o líder da bancada petista.

Ele admitiu que durante a reunião foram citados como possíveis candidatos Chinaglia, Marco Maia, José Guimarães e Patrus Ananias (MG).

Questionado sobre apoio de uma candidatura que não seja do PT, o líder disse que isso "não está fora de cogitação", mas seria uma segunda fase de negociações.

Na bancada, porém, petistas experientes têm dito que o partido não tem como vencer Cunha com uma candidatura própria, porque há muita resistência dos demais aliados à legenda e a um comando umbilicalmente ligado ao Executivo.

Um petista experiente disse à Reuters, sob condição de anonimato, que é possível até mesmo o PT apoiar, dependendo do acordo que for construído, a candidatura do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), mesmo que o PSB tenha anunciado que fará oposição ao governo. Essa hipótese, porém, é ainda muito remota.

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