Por diana.dantas

A despeito do calendário apertado e da ameaça da oposição, o governo acredita que será possível mobilizar os aliados com o discurso de que o não cumprimento da meta de superávit decorre dos esforços para manter o emprego em alta e incentivar a indústria e o investimento público.

Há ainda, segundo uma fonte da área política, um outro fator a favor da aprovação do projeto: sem a mudança, parlamentares, governos estaduais e municipais vão ter seus repasses interrompidos. No caso dos deputados e senadores, as emendas parlamentares não seriam pagas.

Um experiente deputado petista argumenta, entretanto, que o governo deveria acenar com mais detalhes das suas contas para os aliados, assegurando a mobilização necessária para enfrentar a resistência da oposição.

"Eu acho, pessoalmente, que o governo deveria dar um número, mesmo que informalmente, de quanto pretende abater da meta. Isso deixaria os aliados mais seguros para aprovar rapidamente a proposta", disse à Reuters o petista sob condição de anonimato.

QUESTÃO REGIMENTAL

Na tentativa de agilizar o processo e adiantar em uma semana o trâmite da proposta na Comissão Mista de Orçamento (CMO), o relator do projeto, senador Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou um calendário especial que prevê a apresentação de seu parecer na próxima terça-feira e a votação na comissão na quarta-feira.

O governo também enviou nesta quinta-feira um pedido de regime de urgência na tramitação do projeto, que serve para legitimizar a supressão de prazos para apresentação de emendas e publicações de avulsos e pareceres. Também possibilita que, em última caso, a proposta seja levada diretamente ao plenário do Congresso Nacional.

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