Por diana.dantas

Brasília - A presidente Dilma Rousseff anunciou, nesta quarta-feira, diversas medidas para fortalecer o combate à corrupção e à impunidade. Na cerimômia de lançamento, a presidente citou o histórico da administração patrimonialista, criticando a cultura de confundir a esfera pública com a privada.

Em seu discurso, dias após grandes protestos contra o seu governo, afirmou que todos os brasileiros, mesmo os que não votaram nela, sabem que a corrupção no Brasil não foi inventada recentemente.

“Eu tenho certeza que todo os brasileiros, todos os brasileiros de bem, todos os brasileiros de boa-fé, mesmo aqueles que não votaram em mim, sabem que a corrupção no Brasil não foi inventada recentemente”, disse a presidente.

O pacote de medidas de prevenção e combate à corrupção incluem a edição de um decreto, o envio de projetos de lei ao Congresso e ainda mensagens pedindo urgência para propostas que já tramitam no Legislativo, além da criação de um grupo de trabalho.

Dentre os principais pontos, o governo pretende criar instrumentos jurídicos para tipificar crimes como o caixa dois eleitoral, o enriquecimento ilícito de servidores públicos e a extensão da lei da Ficha Limpa para cargos de confiança na administração pública federal.

Os eixos principais dessas medidas já haviam sido mencionados pela presidente durante a campanha eleitoral, no ano passado, e ainda ao iniciar seu segundo mandato.

Ao anunciar seu pacote, dias após centenas de milhares de pessoas terem ido às ruas de diversas cidades do país, no domingo, para protestar contra o governo e a corrupção, Dilma afirmou que seu governo não tolera os ilícitos e é preciso uma nova consciência no país, fundada em valores éticos profundos.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que participou da formulação das medidas, afirmou que “combater a corrupção” exige “ter coragem política”, e que o conjunto de propostas não se esgota com o anúncio.

“Colocar sob a luz do sol um problema (a corrupção) é sempre um risco, mas é um risco que tem que ser corrido”, disse Cardozo ao detalhar as medidas. “E a senhora, presidente, a senhora tem corrido esse risco.”

O governo enfrenta ainda o maior escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras, as maiores empreiteiras do país, políticos e partidos, entre eles o PT.


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