Mãe arrasada Divulgação
No relato de Laysa, ela descreve a situação como de extrema dor e negligência , começando no sábado (13), quando, já com fortes dores, procurou o Hospital da Mulher. “Fui mandada embora e passei todo o domingo (14) sentindo muitas dores”, conta. A vítima conta que na segunda (15), acordou já “não aguentando mais de dor”, então retornou ao hospital às 14h. Lá, conforme relato, ela ficou em trabalho de parto até às 7h de terça (17), sendo que, por volta das 5h, a bolsa estourou.
Laysa compartilha, ainda, que, quando finalmente foi encaminhada para a sala de cirurgia, ainda teriam tentado, mais uma vez, realizar o parto normal. Contudo, como já não tinha mais jeito, realizaram a cesariana, onde o bebê nasceu com insuficiência respiratória. “Apesar de gritar de dor, e sem ter passagem para o bebê, fui ignorada”, pontuou.
“Eu gritava a madrugada toda com dor, pedindo para fazer a cesária, mas eles não queriam fazer de jeito nenhum. Ficaram me induzindo a vários remédios para poder ter [parto] normal, e acabou que minha filha nasceu com insuficiência respiratória, toda roxinha, e não sobreviveu”, conta.
Após o parto, que aconteceu por volta das 8h, a recém-nascida foi encaminhada para a UTI Neonatal. Ela permaneceu internada até às 20h, quando não resistiu ao agravamento de seu estado e morreu.
Sete dias depois, na noite desta quarta-feira (24), acompanhada do pai da criança e amigas, Laysa foi à 126ª DP (Cabo Frio) para registrar um boletim de ocorrência. Ela prestou um depoimento de mais de duas horas, onde acusou o hospital de negligência e homicídio culposo.
Diante dos fatos, o Jornal O Dia entrou em contato com a prefeitura de Cabo Frio, questionando sobre o caso. Em nota, o município destacou que prestou “toda a assistência médica par a criança”, dando “suporte e estabilidade para o transporte até a UTI Neonatal”, mas que “o quadro clínico do bebê precisava de estabilidade, o que não aconteceu. Por essa razão, a transferência não foi viável”.
“A Prefeitura de Cabo Frio esclarece que tanto a mãe quanto o bebê receberam atendimento médico no Hospital da Mulher. Após o nascimento, a criança apresentou desconforto respiratório progressivo. Diante do quadro, a transferência para a UTI Neonatal foi solicitada e a vaga garantida. Contudo, para o transporte, o quadro clínico do bebê precisava de estabilidade, o que não aconteceu. Por essa razão, a transferência não foi viável.
Toda a assistência médica foi garantida para que a criança tivesse suporte e estabilidade para o transporte até a UTI Neonatal. Três pediatras e três obstetras estavam no plantão, acompanhando o caso.
A Prefeitura lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com os familiares, neste momento de dor. Toda a assistência foi oferecida para a família desde a entrada na unidade hospitalar”.
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