Um dos mandados foi cumprido na Câmara, aonde os agentes chegaram às primeiras horas Foto Reprodução
Vereadores e servidora da Educação do Estado são alvos de operação da Polícia Federal
Ação acontece em conjunto com o Ministério Público e tem como alvo transporte escolar
Campos – Desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira (9), a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro realizam operação em Campos dos Goytacazes, tendo como alvo uma associação criminosa envolvendo dois membros da Câmara Municipal, um servidor público e empresários do ramo de transporte escolar.
Segundo o delegado da PF em Campos, Wesley Amato, a associação criminosa tinha como mote a prática de fraudes em procedimentos licitatórios para beneficiar empresas que contrataram com o poder público estadual o fornecimento de transporte escolar: “A investigação revela fraudes e conluio entre três empresas, vencedoras dos certames e beneficiárias dos recursos públicos destinados para tais contratos, verbas essas oriundas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb)”.
Foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão, para 13 suspeitos investigados. O delegado dará uma coletiva à tarde na sede da delegacia. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ adianta que a servidora investigada é Neide Mara Gomes Palmeira, coordenadora da Diretoria Regional Administrativa da Educação do Norte Fluminense, ligada à secretaria estadual.
Os vereadores são Marcos Alcides Souza da Silva, mais conhecido como Marquinhos do Transporte (PDT), e Maicon Silva da Cruz (sem partido). WD Empreendimentos Comerciais e Serviços Eireli; ML dos Santos Comércio Serviços Eireli; MA Souza Transportes e Empreendimentos Ltda; e Prozul Serviços de Construções Ltda são as empresas apontadas.
CONTRATOS SUSPENSOS - Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 3ª Vara Criminal de Campos e cumpridos na sede da Secretaria Estadual de Educação, no Rio de Janeiro, e na Câmara de Vereadores de Campos. Os contratos firmados pela secretaria com as empresas envolvidas serão suspensos, por determinação da Justiça.
A Secretaria de Educação explica, por meio de nota, que os recursos públicos destinados ao transporte escolar são descentralizados diretamente às unidades escolares que possuem autonomia para fazer a contratação das empresas que ofertam o serviço: “Todo e qualquer pagamento de empresas envolvidas deverá ser suspenso", antecipa.
De acordo ainda com a secretaria, já foi determinada abertura de sindicância para apurar a conduta dos funcionários que serão afastados dos cargos. O órgão ressalta que irá colaborar com todas as informações necessárias para a investigação.
Através da sua assessoria, o Legislativo Municipal confirma a busca e apreensão nos gabinetes dos vereadores Maicon Cruz e Marquinho do Transporte e afirma também que está colaborando com as ações da Polícia Federal e do Ministério Público.
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