Problemas causados ao sistema de energia, por pipas que atingem a rede elétrica, não são poucos Foto Divulgação

Campos/Região - Mais de 190 mil clientes da Enel Distribuição Rio ficaram sem energia por causa de pipas que atingiram a rede elétrica da área de concessão da companhia no primeiro semestre deste ano. Embora Macaé (norte) esteja entre municípios que lideram o ranking no Estado do Rio de Janeiro, a região e a noroeste não registram aumentos de casos, comparado ao mesmo período de 2023.
De acordo com a companhia, as maiores incidências são apontadas na metropolitana, lagos e serrana. “Neste ano, até agora, a Enel Rio atendeu mais de 1,4 mil ocorrências de danos na rede por pipas, 17% a mais em comparação com o mesmo período do ano passado”, informa a assessoria de imprensa.
No caso de Campos dos Goytacazes (norte), maior município do estado, com cerca de quatro mil quilômetros quadrados de extensão territorial, em torno de 19 mil clientes ficaram sem fornecimento por causa da brincadeira, comparação ao primeiro semestre do ano passado. O diretor de Operação e Manutenção da Enel, José Luis Salas, afirma que a interrupção do fornecimento de energia causada por pipas pode ocorrer por diversas razões.
“Além do risco de rompimento dos cabos, as linhas que ficam enroscadas na rede elétrica provocam desgaste na fiação, podendo ocasionar curtos-circuitos e risco de choque”, cita José Luís pontuando: “Nesses casos, equipes da distribuidora são mobilizadas imediatamente para realizar os reparos necessários e substituir a fiação, a fim de restabelecer o serviço o mais breve possível”.
O diretor observa que, com a chegada das férias escolares, a tendência é que chamados por falta de energia, ocasionada por pipas na rede, sofram um aumento considerável: “Essas incidências, mesmo que de curta duração, geram grandes transtornos aos clientes, tanto na atividade comercial quanto na rotina das pessoas”.
Como alerta, José Luís assinala que é importante reforçar os riscos de se empinar pipa próximo da rede elétrica e a necessidade de os pais orientarem as crianças e os adolescentes sobre os cuidados necessários, principalmente agora nesse período de férias.
COMO EVITAR - De forma didática, o diretor realça as dicas de segurança: “Para garantir que a brincadeira ocorra de forma saudável e com segurança, as pipas devem ser empinadas apenas em espaços abertos e afastados da fiação elétrica, como parques e campos de futebol”.
Também é aconselhado não arremessar objetos nos fios nem tentar resgatá-los, caso a pipa se enrosque na rede, postes ou antenas. “Somente técnicos da distribuidora treinados para este trabalho, que exige o uso de equipamentos de segurança, estão aptos a manusear a rede”, orienta José Luís sugerindo ainda que seja evitado usar materiais metálicos, como o alumínio, na fabricação da pipa.
Outra sugestão é não utilizar "rabiolas", que agarram nos fios elétricos, desligando o sistema e provocando choques, muitas vezes fatais. “Não solte pipas na chuva. Ela funciona como para-raios, conduzindo energia e podendo provocar acidentes fatais; nem use cerol (pó de vidro com cola), pois ele corta os fios de alumínio ou de cobre”.
Concluindo, o diretor acrescenta: “Não use linha chilena, que possui poder de corte quatro vezes maior que o cerol tradicionalmente usado nas pipas. Acompanhe sempre crianças e adolescentes no momento da brincadeira; em casos de cabos partidos, permaneça afastado e avise imediatamente a distribuidora pela Central de Atendimento (0800 28 00 120), ou pelos perfis nas redes sociais”.