Para ser doador, o hemocentro faz exigências com base na legislação vigente no Brasil Foto Isabella Corrêa
Hemocentro Regional orienta para doação de sangue após tatuagem
Banco de sangue está localizado em Campos; medida visa proteger a saúde dos receptores
Campos/Região – O Hemocentro Regional de Campos dos Goytacazes (RJ) intensifica o incentivo à doação de sangue; mas alerta que, para garantir a segurança tanto do doador quanto do receptor, existem diversos critérios de elegibilidade que devem ser rigorosamente seguidos. Um deles é esperar o período de um ano após realizar uma tatuagem para poder doar.
A assistente social do hemocentro, Maria Gonçalves, explica esse período é necessário para garantir que não haja transmissão de doenças que podem ser contraídas através de procedimentos com agulhas: “Além disso, é essencial que as pessoas escolham estúdios de tatuagem que sigam todas as normas de higiene e segurança, reduzindo assim os riscos de contaminação”, recomenda.
Instalado em prédio anexo ao Hospital Ferreira Machado (HFM), o hemocentro atende municípios do norte/noroeste do estado do Rio de Janeiro. Como os demais bancos de sangue, adota política de proteção à saúde dos receptores, geralmente pessoas com sistemas imunológicos comprometidos ou condições médicas graves.
No caso de pessoas tatuadas, Maria Gonçalves ressalta que a legislação vigente no Brasil estabelece que qualquer procedimento envolvendo agulhas exige um intervalo de 12 meses antes da doação de sangue. “Essa precaução é tomada para prevenir a transmissão de doenças infecciosas, como hepatite B e C, que podem ser transmitidas através do uso inadequado de agulhas”, reforça.
Ainda que a maioria dos estúdios de tatuagem possam seguir práticas rigorosas de higiene, a assistente social aponta que existe um risco residual que precisa ser considerado: “As infecções virais mencionadas podem demorar meses para se manifestar no corpo ou serem detectadas em exames laboratoriais, tornando o período de um ano uma medida preventiva essencial”.
“Receber sangue contaminado pode ter consequências severas e o HRC precisa garantir que o sangue transfundido seja o mais seguro possível”, realça Maria Gonçalves pontuando como fundamental que potenciais doadores de sangue sejam orientados sobre a importância dessa espera e compreendam que ela não é uma barreira, mas uma medida de proteção para todos os envolvidos no processo de doação.
ORIENTAÇÕES - “A conscientização sobre essas regras pode ajudar a evitar frustrações e garantir que os doadores estejam em plena conformidade com os requisitos de saúde e segurança”, justifica a profissional orientando: “Se você planeja fazer uma tatuagem, recomendamos que doe sangue antes do procedimento. Caso já tenha feito a tatuagem, é importante respeitar o intervalo de 12 meses”.
Outro fator destacado como fundamental é a pessoa ser 100% verdadeira na hora da triagem: “A doação de sangue é um ato de solidariedade que salva vidas, e seguir essas orientações garante que o processo seja seguro para todos; desde que respeitado o período de espera, pessoas tatuadas são bem-vindas e podem contribuir para os estoques de sangue”, enfatiza Maria Gonçalves.
O hemocentro está localizado na Rua Rocha Leão, n° 2, no bairro do Caju (Campos) e atende a 25 unidades hospitalares regionais. As doações podem ser feitas todos os dias, das 7h às 18h, inclusive sábados, domingos e feriados. Pode ser doador quem tiver entre 16 e 60 anos, ou até 69 anos, caso tenham doado antes dos 60 anos de idade.
Outras exigências são a pessoa ter peso acima de 50 quilos e estar bem nutrido, com refeições leves e sem gordura nas três horas anteriores. Outra exigência é não ter praticado atividades físicas intensas pelo menos cinco horas antes da doação de sangue. Quanto ao menor de 18 anos, precisa estar acompanhado de um responsável e apresentar documento original com foto.
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