Bacia de Campos ganha mais força, a partir da recuperação dos campos maduros e áreas marginais Foto Petrobras/Divulgação

Campos – O protagonismo do Estado do Rio de Janeiro no mercado do petróleo é mantido, alcançando patamares médios próximos aos três milhões de barris/dia, o que representa 86% dos volumes produzidos no país. Significa que a marca da Bacia de Campos (dos Goytacazes), na região norte, ganha mais força, a partir da recuperação dos campos maduros e áreas marginais.
Estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) formatado no Anuário de Petróleo no Rio 2024 confirma o protagonismo do estado em relação à produção nacional que, no caso do óleo bruto, segue em crescimento, embora tenha diminuído o ritmo em relação ao ano anterior. A apresentação foi feita pela Firjan nessa terça-feira (13), ratificando que, no primeiro semestre deste ano, a produção nacional do energético se manteve praticamente estável em relação à média anual de 2023.
Segundo o Anuário, esse cenário de estabilidade é resultado de paradas programadas em campos do pré-sal, variações naturais dos níveis de produção e ações direcionadas para a revitalização de campos maduros, que chegaram a acumular queda de 330 mil barris/dia entre janeiro e abril.
No caso específico da Bacia de Campos, a avaliação é que ainda tem muito a contribuir no que diz respeito à produção. “Após atingir em 2022 o menor volume de produção, desde 1996, em torno de 480 mil barris/dia, a bacia de Campos recuperou a sua produção em 2023 e já atinge 700 mil barris/dia”.
A gerente-geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso, relata que a aplicação de soluções para a melhoria do fator de recuperação e produtividade dos campos maduros e marginais, fez com que em um período de um ano e meio, a produção da bacia de Campos aumentasse na ordem de 220 mil barris/dia, equivalente a uma plataforma grande de petróleo a ser instalada no pré-sal na bacia de Santos.
GRANDE DESAFIO - O estudo da Firjan detalha que os números atualizados referentes às reservas provadas cresceram em 2023 em relação ao ano anterior. “O Rio, por exemplo, expandiu seus volumes em 9%, alcançando 13,6 bilhões de barris; os volumes nacionais cresceram 7%, indo a 15,9 bilhões de barris; já a representatividade estadual de reservas provadas manteve o patamar produtivo, cerca de 86% do total nacional”.
O vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, observa que, com o contínuo amadurecimento das bacias petrolíferas em águas fluminenses, manter o patamar produtivo e expandir ainda mais o potencial do país e do estado (onde estão os principais campos afetados no primeiro semestre) é um grande desafio para os próximos anos.
“É importante frisar a perene participação do petróleo na matriz energética mesmo no cenário de descarbonização, pois quando se fala em transição energética, o papel do petróleo no futuro significa desenvolvimento econômico dos países e mais adição de energia”, comenta Caetano realçando: “O produto continuará tendo o seu papel; a questão é como congregar isso com a descarbonização, com soluções de captura e armazenamento de carbono”.
O lançamento do Anuário ocorreu na sede da Firjan, no centro do Rio; contou com a presença do secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis no Ministério de Minas e Energia, Pietro Adamo Sampaio Mendes; diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Rodolfo Saboia; secretário de Energia e Economia do Mar do Rio, Felipe Peixoto; e vice-presidente da federação, Luiz Césio Caetano.